Bolsonaro passa comando do PL na disputa do Distrito Federal para Michelle Bolsonaro

16 agosto 2025 às 22h03

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A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro reforçou o papel da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) como porta-voz do ex-presidente.
Recados para aliados agora são passados por Michelle Bolsonaro, que também filtra, na medida do possível, as visitas ao marido. Estaria, inclusive, cronometrando o tempo das pessoas que querem conversar com Jair Bolsonaro.

Um dos recados, porém, Jair Bolsonaro passou diretamente para um membro da cúpula do PL. O ex-presidente decidiu que o processo eleitoral do Distrito Federal, pelo menos no PL, deve ser coordenado por Michelle Bolsonaro. Por ela e mais ninguém.
Michelle Bolsonaro será a voz de Jair Bolsonaro em todas as questões que envolver a disputa eleitoral em Brasília.
Pelo visto, só há uma decisão tomada no Distrito Federal: Michelle Bolsonaro será candidata a senadora.

Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro planejam apoiar a vice-governadora Celina Leão, do pP, para o governo do DF. Está 100% fechado? Talvez seja possível falar em 80%. (Ressalva: o bolsonarismo é menos empolgado com Celina Leão, por ela ser ligada ao governador Ibaneis Rocha, que alguns dos aliados do ex-presidente consideram muito próximo dos ministros do Supremo Tribunal Federal, do que, por sinal, não há prova cabal.)
Há duas vagas em aberto: uma para o Senado e a vice. O governador Ibaneis Rocha peleja para ser o candidato a senador apoiado pelo bolsonarismo. Pode ser? Pode. No momento, é? Ainda não. Pode-se sugerir que “quase”? É possível.

Há pouco tempo, Michelle Bolsonaro disse que não tinha compromisso com Ibaneis. Era (e é) uma sinalização de que pode não apoiar Ibaneis Rocha para senador? Ainda não. Mas é um indicativo de que pode pintar uma surpresa: a deputada federal Bia Kicis pode ser a candidata a senadora apoiada pelo bolsonarismo. Está decidido? Ainda não.
O que se fala, com frequência, nas hostes bolsonaristas é que Jair Bolsonaro trabalha para eleger senadores leais ao seu projeto de confrontar o Supremo Tribunal Federal. Bia Kicis aceita a ideia? Sim. Ibaneis Rocha aceita? Talvez não, ou ao menos não de maneira integral. Ele é advogado, com forte atuação em Brasília e, por isso, dificilmente faria uma campanha corrosiva contra o STF.

O deputado federal Fred Linhares, cotado para o Senado, pôs a cabeça para fora e figuras coroadas de Brasília começaram a levantar sua capivara. A imprensa, muitas vezes, descobre aquilo que os denunciantes querem. O parlamentar do Republicanos virou alvo ao aparecer bem numa pesquisa de intenção de voto. A digital da denúncia, independentemente da veracidade ou não, é precisa. Trata-se de um político poderoso do DF.
Ah, e Damares Alves? O que Jair Bolsonaro reserva para a senadora? Há quem postule que pode ser candidata a governadora. Mas não é o que ela diz, pois é ligada a Celina Leão. Mas seu chefe político é o ex-presidente. (E.F.B.)