Bolsonaro diz que pode demitir Joaquim Levy, presidente do BNDES, na 2ª feira

15 junho 2019 às 16h37

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O presidente não aceita a nomeação de um “petista” para uma diretoria do Bando de Desenvolvimento
O presidente Jair Bolsonaro está se tornando um especialista em demissões — um “demissólogo”. Depois de mandar para a “reserva” três generais — um deles porque teria virado líder sindicalista (logo um general) —, o chefe do Poder Executivo ameaça demitir o presidente do BNDES, o civil Joaquim Levy.

Bolsonaro diz que pode demitir Joaquim Levy na segunda-feira, 17. “Levy nomeou Marcos Pinto para função no BNDES. Já estou por aqui com o Levy”, afirmou presidente no sábado, 15. “Falei para ele: demite esse cara [Marcos Pinto] na segunda ou eu demito você (Levy) sem passar pelo Guedes (ministro da Economia)”, disse. Em entrevistas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, costuma dizer que teve autonomia para montar sua equipe. Descobre-se, agora, que não entendeu a fala de Bolsonaro. Se a pessoa passou na porta de um comitê do PT, ou se trabalhou no governo do PT, e embora não seja ideológico, não pode ocupar cargo no governo federal. É o recado explícito.
“Governo tem que ser assim: quando coloca gente suspeita em cargos importantes e essa pessoa, como Levy, já vem há algum tempo não sendo leal àquilo que foi combinado e àquilo que ele conhece a meu respeito, ele (Levy) está com a cabeça a prêmio há algum tempo”, esbravejou o presidente. Mesma que não saia, Joaquim Levy perdeu legitimidade, como está sendo trabalho um garotinho rebelde, e nisto Bolsonaro repete a ex-presidente Dilma Rousseff, que também não tratou o economista com o devido respeito.
A uma jornalista que questionou se estava demitindo Joaquim Levy, Bolsonaro mostrou-se agressivo: “Você tem problema de audição?”
Marcos Pinto, tido como competente, em termos técnicos, trabalhou no governo de Lula da Silva entre 2005 e 2007. Ele foi indicado por Joaquim Levy para diretoria que negociará participações da BNDESPar.