Um prefeito garante que a maioria absoluta dos prefeitos do PP e líderes estaduais e municipais vai apoiar a reeleição do governador Ronaldo Caiado

Alexandre Baldy: presidente do PP em Goiás | Foto: Jornal Opção

Na sexta-feira, 4, um prefeito do partido Progressistas disse a um repórter do Jornal Opção: “O PP pode acabar sem acabar”. Como assim, quis saber o jornalista. O gestor municipal explicou seu raciocínio enviesado: “É o seguinte: estou informado, e não pela fonte devida, como deveria ser, que o presidente do PP, Alexandre Baldy, recebeu o prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (sem partido), em sua residência, na capital, para uma conversa política, com a presença do marqueteiro Jorcelino Braga (Patriota), do prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PP), e de Joel Santana Braga Filho”. Sim, e daí?

Roberto Naves, prefeito de Anápolis, e Ronaldo Caiado, governador de Goiás | Foto: Reprodução/Facebook

“E daí? Calma” (tosse e, em seguida, ri e diz: “Não estou com Covid”). “Baldy, como se sabe, quer ser candidato a senador e estaria informado, de fonte segura, que o governador Ronaldo Caiado já fechou com o candidato do PSD, o ex-ministro Henrique Meirelles. Portanto, resta a Baldy ser o primeiro suplente ou então ser candidato avulso. Porém, antes de tomar qualquer decisão, decidiu conversar com Mendanha. Se o acordo for fechado, o prefeito sai para governador, pelo PP, e Baldy disputa o Senado na sua chapa. Porém, falta combinar com os ‘russos’”. Aí, cala-se. O repórter pede uma explicação mais ampla, que seja esclarecedora.

Adriano do Baldy e o governador Ronaldo Caiado | Foto: Reprodução

“Há uma pedra no caminho. Baldy sabe que pode até levar o PP para Mendanha — o que, a rigor, nem ele quer. Mas não levará os principais líderes do partido, como pelo menos 95% prefeitos. O prefeito Roberto Naves é extremamente ligado a Ronaldo Caiado e vai caminhar com ele. Anote e, se quiser, me cobre depois. O vereador Sandes Júnior, do PP de Goiânia, também ficará com o governador, assim como Issy Quinan, ex-prefeito de Vianópolis e pré-candidato a deputado estadual. A cereja do bolo é o deputado federal Adriano do Baldy, que, claro, não pode falar sobre seu jogo real neste momento. Mas o fato é que ficará com Ronaldo Caiado e, se houver pressão de Baldy, pode até trocar o PP pelo União Brasil. É preciso ressaltar que Adriano do Baldy, com seu jeito simples e humilde, é, na prática, o verdadeiro líder informal do PP em Goiás. Porque é ele que mantém contatos com os vereadores e prefeitos. Alerto que a debandada dos prefeitos será irrefreável”, afirma o prefeito.

Sandes Júnior: 100% fechado com Caiado | Foto: Reprodução/Facebook

Há uma válvula de escape para Alexandre Baldy — cujo irmão mais velho, Joel Santana Braga Filho, é secretário da Indústria e Comércio do governo de Ronaldo Caiado (que, por sinal, aprecia seu trabalho)? “Quando se fala em suplência de Henrique Meirelles, ele dá um pulo, e não aceita nem conversar a respeito. Por quê? Porque é um jovem de valor, foi deputado federal, ministro das Cidades e secretário da gestão do governador João Doria em São Paulo. Ele tem ‘cabedal’, como se diz na minha cidade. Baldy poderia ser candidato a deputado federal? Por que não? O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, é do PP e vai disputar a reeleição. Ele é um dos políticos mais poderosos da República. A rigor, pelo que se sabe, ao PP interessa eleger mais deputados do que senadores. Porque é pelo número de deputados que se tem um Fundo Partidário e um Fundo Eleitoral, além do tempo de tevê, maiores. O Progressistas tem condições de eleger tanto Alexandre Baldy quanto Adriano do Baldy e Professor Alcides Ribeiro para deputado federal. Porém, se ficar com Mendanha, quem o partido irá eleger para deputado federal?”, inquire o prefeito.

Issy Quinan: pré-candidato a deputado estadual | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção

O prefeito pede a omissão de seu nome. Porque teme retaliação. “Você sabe: os prefeitos precisam de recursos federais, pois só o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e o ICMS não conseguem manter a estrutura dos municípios. Sem o apoio estadual e federal, os prefeitos praticamente não têm condições de construir determinadas obras, como pontes maiores, pavimentação mais ampla, postos de saúde mais bem aparelhados.”

O prefeito sugere que Baldy pense no partido e não apenas no seu projeto pessoal. “Não podemos estraçalhar o PP para tentar elegê-lo para o Senado.”