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A semana foi de “fogo amigo” na federação União Brasil-Progressistas, aliança que nasceu há pouco tempo, mas que já dá sinais de que não vai durar muito. Presidente nacional do PP, o senador Ciro Nogueira, do pP, deu uma entrevista na qual, tentando puxar para si o posto de “porta-voz” do bolsonarismo, disse que “os únicos caminhos viáveis” para a direita em 2026, no que tange à corrida presidencial, são os governadores Tarcísio de Freitas, do Republicanos, e Ratinho Júnior, do PSD.

A declaração foi bombardeada de vários lados, sobretudo dentro da direita. Um dos que se manifestaram foi o próprio governador Ronaldo Caiado, do União Brasil. “A ansiedade de Ciro Nogueira em se colocar como candidato a vice-presidente do governador Tarcísio é vergonhosa, e algo tão gritante que ele já se coloca como porta-voz do presidente Bolsonaro, o que ele não é”, frisou.

Ciro Nogueira rebateu chamando as falas de Caiado de “polêmicas vazias”. Acontece que, ao puxar uma articulação solo, uma vez que a informação é que ele tenta levar a federação UB-pP para junto de Tarcísio na tentativa de ser indicado seu vice, o senador do Progressistas não só queima a largada, como fragmenta ainda mais a direita e mina as chances de a aliança de seu partido com o UB prosperarem.

Mas no meio de tudo isso, outro ponto que chamou atenção foi a inércia de alguns aliados do governador de Goiás. Não se ouviu, até agora, palavra alguma de Alexandre Baldy, presidente da Agência de Habitação do governo de Ronaldo Caiado e dirigente do Progressistas em Goiás, após o presidente nacional de seu partido abrir fogo contra o governador e seu projeto.

Ora, não que seja obrigação. Mas ao menos um desagravo contra Ciro Nogueira ou uma fala em defesa de Ronaldo Caiado é o esperado de um secretário do governador que alardeia que está no projeto dele para 2026.

Baldy precisa decidir logo de que lado está. Afinal, ficar em cima do muro já é tomar partido. Não é projeto de quem cuida de habitações seguras. (T.P.)