Ao defender Dilma Rousseff, Marconi Perillo pode ter viabilizado seu governo num ano de crise aguda

21 março 2015 às 12h58

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Um tucano com presença política nacional afirma que, ao fazer a defesa da presidente Dilma Rousseff (PT), no encontro de Goiânia, na semana passada, o governador de Goiás, Marconi Perillo, fez três movimentos — quem sabe de maneira estudada, e não de improviso, como pareceu a alguns jornalistas.
Primeiro, num lance ousado, usurpou a festa do prefeito Paulo Garcia, que lançava o BRT. A festa, que era do petista-chefe, se tornou “de” Marconi Perillo — que ganhou destaque nacional, ao pregar a tolerância numa momento de grave crise econômica e política. A maioria das pessoas parece ter aprovado o comportamento do tucano-chefe.
Segundo, ao se expor, não tendo receio de defender Dilma Rousseff, Marconi pode ter colaborado para viabilizar seu governo. O ano de 2015 está sendo ruim para o Brasil e, como Goiás não é uma ilha, a crise começa a atingi-lo. É provável que a petista libere mais recursos para o Estado, inclusive para a construção do VLT.
Terceiro, na cúpula do PSDB nacional, e na imprensa mais crítica ao PT, a movimentação de Marconi não agradou.
Porém, ao pensar mais em seu governo, quer dizer, nos interesses dos goianos — e não nos debates políticos nacionais —, Marconi agradou políticos e empresários locais. Até petistas goianos, inclusive os que nutrem um paixão edipiana por Iris Rezende, admitiram que Marconi Perillo, ao agradar Dilma Rousseff com seu discurso, deu uma tacada de mestre. O tucano “usou” as vaias, articuladas por um grupo de petistas ensaiados, contra os próprios apupadores e deu-se bem. Ao lado, um petista comentou: “Bem que o prefeito Paulo Garcia poderia ter a habilidade de Marconi”.
A um tucano, que, embora próximo, guarda independência em relação a Marconi, perguntaram: “O governador foi sincero?” Sua resposta: “Foi. Marconi criou uma relação positiva, de respeito, com a presidente Dilma. Seu problema é com o ex-presidente Lula, porque este não lhe perdoa o fato de ter confirmado que o havia alertado sobre o mensalão. O fato é que, como Dilma, o governador é republicano. Lula é jacobino”.