O ex-governador de Goiás José Eliton (PSB), liberal que já foi ligado ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e é ligado ao ex-governador Marconi Perillo (PSDB), não é de esquerda. Pelo contrário, é de direita — assim como seu atual guru político, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), que é, inclusive, ligado a Opus Dei.

Como o Jornal Opção havia anunciado, no início de outubro (https://tinyurl.com/2s3upspa), José Eliton pode ser o candidato da esquerda a governador de Goiás em 2026, daqui a 11 meses e alguns dias. Deve ser o candidato do PT, mas não necessariamente pelo PT. Pode ser pelo PSB, seu partido atual.

Adriana Accorsi e Marconi Perillo: o tucano ainda não saiu do radar do PT | Foto: Reprodução

Consta-se que Geraldo Alckmin planeja pedir ao presidente nacional do PSB, João Campos — governador de Pernambuco —, que retire Elias Vaz da presidência regional e o substitua por José Eliton. Para garantir que o PSB não apoie a candidatura de Daniel Vilela, do MDB, a governador do Estado.

Geraldo Alckmin e José Eliton são aliados e amigos, desde o tempo que pertenciam ao PSDB.

A chapa seria assim: José Eliton para governador, um vice do PT ou do PV, Jorge Kajuru (PSB) e Luis Cesar Bueno (PT) para o Senado.

Elias Vaz pode ser destituído da presidência do PSB em Goiás | Foto: Reprodução

Curiosamente, uma fonte do PT disse ao Jornal Opção que a esperança ainda é uma composição com Marconi Perillo. “O problema é que Marconi está ‘cego” para a realidade. Ele crê que terá espaço na direita, mas não terá. A direita em Goiás o rejeita. Ele parece acreditar que, se for para o segundo turno, o PT poderá apoiá-lo, o que dificilmente ocorrerá. Acrescente-se que no PT há muita gente simpática a Daniel Vilela. Frise-se: Marconi não será o Mabel de 2026”, assinala um veterano petista.

O petista avalia que, “no caso de a onda vermelha chegar em Goiás, seguindo a onda vermelha nacional, o candidato apoiado pelo PT, seja José Eliton ou o vereador Edward Madureira, poderá ir para o segundo turno, deixando Marconi Perillo fora do páreo. Aí ele nos apoiará ou ficará neutro?”

Jorge Kajuru: senador do PSB | Foto: Reprodução

Um segundo petista diz que gostou da citação de José Eliton como candidato da centro-esquerda em Goiás. “Porque abre novas frentes para o PT. Ele tem votos no centro e na direita e isto pode ajudar na reeleição do presidente Lula da Silva.”

Outro petista, dos graúdos, sugere que, a rigor, Edward Madureira (PT) “ainda é o melhor nome para governador. Porque tem apoios fora da bolha petista. Ele é de esquerda, mas a sociedade o avalia como um político de centro e com experiência administrativa, pois foi reitor da Universidade Federal de Goiás por vários anos”.

De acordo com um quarto petista, Adriana Accorsi teria ficado motivada com as pesquisas de intenção de voto. “Em algumas pesquisas, a deputada aparece na frente de Marconi Perillo e Wilder Morais (PL). Então, o PT não vai fazer nenhum movimento para retirar seu nome das pesquisas. Se continuar em alta, poderá ser candidata. Se perder, e se Lula for reeleito, poderá assumir o Ministério da Justiça ou da Segurança”.

Luis Cesar Bueno: cotado para o Senado | Foto: Leoiran/Jornal Opção

Por enquanto, a aposta é em José Eliton. “Se ele quiser mesmo, se não estiver jogando como um ‘agente’ de Marconi Perillo, vai ser o nosso candidato”, afirma um petista.

Quanto à vereadora Aava Santiago, os petistas ouvidos disseram que o PT desistiu dela. “Aava iludiu inclusive o presidente Lula da Silva. Ela vai ficar ao lado de Marconi Perillo.”

Na verdade, evangélica Aava Santiago tem simpatia genuína por Lula da Silva e Adriana Accorsi. Mas quem financia suas campanhas são o PSDB e Marconi Perillo. É o busílis da questão. (E.F.B.)