A pedra no caminho de Mendanha para a disputa ao Senado

13 setembro 2025 às 21h00

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Em meados de junho deste ano, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, se filiou ao PSD em um evento de grande pompa e presença de lideranças políticas de peso. Publicamente, a chegada do ex-prefeito ao partido foi comemorada pelos caciques da legenda como o presidente nacional, Gilberto Kassab, e o senador e presidente estadual da sigla, Vanderlan Cardoso.
Já nos bastidores, a chegada de mais um “peixe grande” em um aquário já habitado por outro marcou o início de uma queda de braço que só tende a se intensificar.
Mendanha teria chegado ao PSD por uma articulação do próprio Vanderlan e, para assinar a filiação, recebeu três garantias: como pessedista, poderia apoiar o governador Ronaldo Caiado em seu projeto para o Palácio do Planalto; o vice-governador Daniel Vilela para o Palácio das Esmeraldas e poderia construir livremente sua pré-candidatura para o Senado Federal.
O projeto original do ex-prefeito, conforme apurado pela coluna Bastidores, era a vice de Vilela. No entanto, como integrante do mesmo grupo, base eleitoral e mesmo perfil do vice-governador de Goiás (ambos são “crias” do MDB e já fazem parte do núcleo duro caiadista), Mendanha teria recebido sinais de que agregaria mais mirando Brasília.
Acontece que, conforme o próprio Kassab no evento de filiação de Gustavo Mendanha, o PSD já tem um candidato natural à reeleição para o Senado: Vanderlan Cardoso. O parlamentar, inclusive, está licenciado do Congresso e em “tour” político pelo estado com fins de fortalecer suas alianças e apoios no interior.
Desde o início, quando questionado sobre o partido agora ter dois nomes que pretendem disputar o Senado, Vanderlan diz não ter apego ao poder e que será candidato quem tiver o desempenho melhor. E em último caso, a legenda pode até lançar as duas candidaturas para o Senado.
Contudo, a realidade hoje é outra. O senador tem, aos poucos, mudado seu discurso e dado sinais de que não abrirá mão de seu projeto de reeleição. Do mesmo jeito, Mendanha, que já destacou que não tem interesse em concorrer à Câmara Federal. E ambos tentarão a segunda vaga na chapa para o Senado da base governista (uma já é da primeira-dama, Gracinha Caiado).
Ainda segundo apurado pela coluna Bastidores, o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia tem intensificado as articulações e mirado principalmente no eleitorado evangélico e lideranças desse segmento. Ele esteve recentemente na Câmara de Aparecida e já planeja uma visita também à Câmara Municipal de Goiânia.
Pelo cenário que se desenrola, nem Vanderlan e nem Mendanha abrirão mão de seus projetos. O ex-prefeito de Aparecida deve procurar meios de convencer Kassab de sua viabilidade e, de acordo com a apuração da coluna, já teria até encomendado pesquisas para verificar o alcance e aceitação de seu nome.
Diz-se, porém, que se o espaço pessedista ficar pequeno demais, Gustavo Mendanha pode até sair deixar a legenda. A ver. (T.P.)