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Há uma verdadeira guerra em algumas cidades e há quem aposte que será preciso convocar até a Polícia Federal

As campanhas mais disputadas — e até ferozes — deste ano estão acontecendo em cinco municípios de Goiás: Caldas Novas, Cidade Ocidental, Goianésia, Morrinhos e Porangatu.

Caldas Novas

Em Caldas Novas, a guerra entre os candidatos do PL, empresário Flávio Canedo, e do PSL, Coronel Beleli (Carlos Eduardo Beleli), é apontada como explosiva. As críticas são tão pesadas, todas com estocadas abaixo da linha de cintura — com ataques até à família, que, em geral, é respeitada pelos políticos — , que até os eleitores estão perplexos, se perguntando se não está passando da hora de o Ministério Público e a Justiça Eleitoral interferirem.

Carlos Eduardo Beleli tem como grande rival Kleber Marra | Foto: reprodução/Facebook

A ressalta é que, apesar dos petardos críticos, Flávio Canedo não é citado como principal adversário de Coronel Beleli. O empresário Kleber Marra, do Republicanos, assiste a guerra quente entre os dois e está cada vez mais próximo de Beleli, este, apontado como favorito. A tendência é que cheguem, na reta final, pau a pau. Há quem sugira que, para contribuir para derrotar Coronel Beleli, Flávio Canedo deveria declarar apoio a Kleber Marra, o que, dizem aliados, não fará.

No dia da eleição há quem recomende que a Polícia Federal seja convocada para pôr ordem na cidade, ao lado da Polícia Militar e da Polícia Civil.

Goianésia

Em Goianésia, cidade do Vale do São Patrício, as campanhas estão pegando fogo. O MDB de Daniel Vilela e Giovani Machado e o PSDB de Jalles Fontoura e Otavinho Lage fizeram um acordão e lançaram uma chapa com Pedro Gonçalves, do MDB, para prefeito e Delegado Marco Antônio Maia, do PSDB, na vice. Acreditava-se que, a partir daí — com a união de grupos poderosos política e financeiramente —, seria mamão com açúcar. Mas a receita azedou.

Leozão do Renatão: candidato do Democratas em Goianésia | Foto: Reprodução

A aliança emedebista-tucana cometeu no mínimo quatro erros. Primeiro, subestimou o potencial de transferência de voto do prefeito Renato de Castro, do MDB (com um pé fora). Segundo, superestimou sua própria força. Terceiro, subestimou Leozão do Renatão (Leonardo Silva Menezes), do partido Democratas — acreditando que seria fácil derrotá-lo, por considerá-lo apenas como uma espécie de preposto do gestor municipal (a começar pelo nome com o qual participa da campanha). Quarto, não soube perceber a tempo o potencial da ideia de que Renato de Castro, impedido pela cúpula do MDB de disputar a reeleição, poderia se transformar em vítima. Formulou-se a tese de que votar em Leozão é o mesmo que compensar Renatão.

A rigor, o quadro de Goianésia permanece aberto: tanto pode ganhar Leozão quanto Pedro. Mas a campanha é acirrada, com críticas pesadas e até ameaças. Pedro Gonçalves e Otavinho Lage registraram, numa ocorrência policial, que foram ameaçados de morte. O Ministério Público e a Justiça Eleitoral precisam ficar atentos ao clima na cidade, talvez pedindo inclusive a presença de policiais federais no dia da eleição ou até antes.

Cidade Ocidental
Fábio Corrêa com Alexandre Baldy | Foto: Divulgação

O favorito em Cidade Ocidental é o prefeito Fábio Corrêa, do partido Progressistas. Mas Alex Batista, o Ninja, do MDB, faz uma campanha ousada e se aproximou do gestor municipal. Ele conta com o apoio do deputado federal Célio Silveira, do MDB, e do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, do MDB. Dá para virar o jogo? Muito difícil. Mas campanha esquentou e o jogo é dos mais “brutos” na cidade.

Morrinhos

Morrinhos assiste a uma verdadeira batalha entre os dois favoritos — Tiago Freitas de Mendonça, do Democratas, e Joaquim Guilherme Barbosa de Souza, do PSDB. Os ataques nas redes sociais são brutais. A guerra civil nas redes sociais (ainda que verbal) impressiona e “morrinhólogos” sugerem que se trata da campanha mais pesada da história do município.

Tiago Mendonça: candidato do partido Democratas | Foto: Facebook

Tiago Mendonça começou em primeiro disparado, bem à frente do Dr. Tércio Gonçalves de Menezes, do PSD. Mas, de repente, uma pedra apareceu no meio do caminho — o empresário Joaquim Guilherme. A disputa entre os dois é ferrenha. Há pesquisa mostrando Tiago Mendonça na liderança. E há pesquisa indicando Joaquim Guilherme na liderança. O fato é que os dois estão no páreo, com os demais candidatos ficando para trás, inclusive Tércio Menezes, o candidato do prefeito Rogério Troncoso.

Porangatu

Em Porangatu, cidade mais emblemática do Norte goiano, há três candidatos fortes, com amplas estruturas: Vanuza Valadares, do Podemos, Márcio Luis da Silva, do MDB, e Pedro Fernandes, do partido Progressistas. Há pesquisas para todos os gostos e não se sabe exatamente qual traduz o quadro real do município. É possível que parte significativa dos eleitores ainda não saiba em quem votar.

Vanuza Valadares é, no momento, a favorita. Ela conta com o apoio do governador Ronaldo Caiado, do Democratas, e dos deputados federais José Nelto, do Podemos, e Delegado Waldir Soares, do PSL. Seu vice é o Capitão Pires (Marcílio da Costa Pires), do PSL, conhecido como “Bolsonaro do Norte de Goiás”.

Vanuza Valadares: candidata do Podemos| Foto: Reprodução

Márcio Luis, advogado e empresário, apresenta-se como candidato da “renovação” e da “mudança”. É apontado como um postulante competitivo e deve ser, até a reta final, o rival mais forte de Vanuza Valadares.

Pedro Fernandes, por ser prefeito, conta com o peso da máquina pública; portanto, não deve ser subestimado. Ele alterna bons e maus momentos.

A campanha em Porangatu é uma das ferozes do Estado, com denúncias e fake news a rodo. Não se sabe mais o que é verdade a respeito dos candidatos. Navega-se ao saber da pós-verdade ou da pré-verdade. Há várias acusações, ainda que, na maioria das vezes, sem provas. Fala-se, inclusive, que há um gabinete do ódio na prefeitura local. Há uma investigação policial em curso sobre fake news contra Vanuza Valadares, uma política decente, sem máculas na sua história como deputada estadual e dirigente da Ceasa.