Por Thiago Burigato
Além de ser um dos mais atuantes políticos em Goiás, o vereador Virmondes Cruvinel (PSD) é também um dos mais atentos aos humores das ruas. Candidato a deputado estadual, Virmondes tem rodado todo o Estado e observa que o eleitor está mais atento ao processo eleitoral do que previam as pesquisas de opinião.
Segundo o vereador, a classe política estava amparada em pesquisas que indicavam um certo distanciamento por parte do eleitor. “O que não é verdade”, diz ele. Para Virmondes, houve, sim, um clima de desânimo e até uma desarticulação com o ocaso das manifestações de rua de junho do ano passado — algo explicado pelo fato de que pouquíssimas pautas da agenda dos protestos resultaram em mudanças efetivas.
No entanto, continua Virmondes, mesmo com essa desarticulação, essas pautas continuam sendo murmuradas nas redes sociais e ficam nítidas nas conversas políticas. “As pessoas nos procuram e percebo que querem discutir as práticas políticas, atrás de uma representação parlamentar que realmente faça a diferença”, afirma o vereador.
Entre essas pautas, comenta Virmondes, uma se destaca: a de melhores serviços públicos. “O cidadão quer que seus impostos sejam devolvidos ao coletivo na forma de serviços públicos de qualidade. Educação que realmente o prepare para o mercado de trabalho e saúde ‘padrão Fifa’, por exemplo”.
Político que não tiver essa sintonia com o eleitor, decreta o candidato a deputado estadual, estará fadado a falar sozinho enquanto pede votos. Virmondes aparece em todas as listas como um dos favoritos a uma vaga na Assembleia Legislativa. E pode ser candidato a prefeito de Goiânia em 2016.
Um deputado conta que um marqueteiro mostrou a agenda do dia para Iris Rezende num iPad. O peemedebista olhou, como se não estivesse entendendo nada, e teria perguntado, meio envergonhado: “Não tem uma cadernetinha aí, não?”
O marqueteiro não tinha a tal cadernetinha e, por isso, Iris não quis saber de olhar no iPad, que, vale dizer, ainda não morde.
Há integrantes da base do governador Marconi Perillo, como o candidato a deputado estadual Marlúcio Pereira (PTB), que apoiam Daniel Vilela, do PMDB, para deputado federal.
Marlúcio Pereira não será punido. Porque o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, não vai punir ninguém do PMDB do município que estiver apoiando a reeleição do governador Marconi Perillo.
O presidente da Câmara de Vereadores de Aparecida é do PMDB e é um dos líderes da campanha do tucano-chefe. “Se brincar, até o prefeito Maguito vai acabar subindo no palanque de Marconi”, afirma Maione Padeiro.
Em Aparecida de Goiânia, o clima é de virada: Marconi Perillo está praticamente empatado com Iris Rezende e os políticos locais, inclusive do PMDB, apostam que, em dez dias, o tucano vai superar o peemedebista.
O deputado estadual Ademir Menezes (PSD) lidera o chamado “Batalhão da Virada” em Aparecida. “O PMDB já está quase todo na campanha de Marconi”, conta o tucano Maione Padeiro.
Há uma aposta no PMDB que o candidato a deputado federal Daniel Vilela, vitaminado pelo apoio do pai, o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, do prefeito de Jataí, Humberto Teixeira, e do deputado federal Leandro Vilela, deve obter mais de 200 mil votos, consagrando-se, possivelmente, como o mais bem votado de 2014.
Acredita-se, no partido, que a votação de Iris Araújo deve cair. Ela vai continuar bem votada, afirmam peemedebistas, mas deve obter menos de 150 mil votos. Iris Araújo não percebe, ou não quer perceber, mas é detestada, até muito detestada, pela maioria dos líderes do PMDB. Leandro Vilela, Sandro Mabel, Marcelo Melo, Humberto Machado, Júnior Friboi, entre vários outros, não têm qualquer apreço pela deputada. Eles não dizem nada para não caçar encrenca com Iris Rezende.
Não convidem para a mesma peixada cearense do Coco Bambu os deputados Francisco Gedda e Iris Araújo. Pode sair sangue, e não será, evidentemente, do peixe. A peemedebista não gostou de saber que o presidente do PTN tem dito que Daniel Vilela será o mais votado para deputado federal em Goiás.
Ao ouvir que Iris Araújo não aprecia os políticos da família Vilela, notadamente o deputado federal Leandro Vilela (PMDB), um deputado disse, lacônico: “Pelo menos Daniel Vilela é simpático e não cria encrencas para seu pai, Maguito Vilela”.
De um ex-deputado do PMDB: “A deputada federal Iris Araújo arranja pelo menos cinco adversários políticos para Iris Rezende toda semana”.
O ex-parlamentar acrescenta: “Com uma aliada como Iris Araújo, sempre polêmica, Iris Rezende nem precisa de inimigos”.
O ex-deputado federal Barbosa Neto é o político que tem incentivado as críticas mais duras ao governador Marconi Perillo. Ele não tolera o tucano-chefe.
Barbosa Neto, tomado de uma braveza repentina (já está sendo chamado de Lampião de Itaberaí), tem municiado jornalistas nas redes sociais. Inclusive orienta aliados para “atacar” jornalistas de vários jornais.
Nas rodas do PMDB comenta-se que, todos os dias, Iris Rezende faz a mesma pergunta. Ele quer saber qual foi a crítica que Frederico Jayme lhe fez. Teria até pedido para alguns aliados responderam ao ex-deputado, mas ninguém teve “tutano” para fazê-lo.
Dois advogados iristas estudam processar Frederico Jayme.
O ex-deputado Frederico Jayme diz, com todas as letras, que Iris Rezende é o inimigo número 1 do funcionalismo público.
Na oposição, afirma Frederico Jayme, “Iris Rezende veste pele de cordeiro, porém, se estivesse no poder, colocaria a pele de lobo e perseguiria funcionários, não aumentaria salários e pressionaria grevistas”.
Frederico Jayme assegura que os servidores públicos de Goiás não esqueceram que, em 1983, Iris demitiu 30 mil funcionários. O ex-governador Ary Valadão garante que alguns servidores, sem perspectivas, se mataram. Iris prefere o silêncio absoluto.
O PSDB decidiu que, com Aécio se tornando o Abominável das Neves e ex-Serra da Boa Esperança, vai migrar, com mala, cuia e votos, para a campanha de Marina Silva — no segundo turno — de olho em alguns ministérios.
O PSDB quer ser para Marina Silva o que o PMDB tem sido para os governos do PT: uma forte amparo no Congresso Nacional e no ministério. Certamente, vai disputar com o PG, Partido do Governo, mais conhecido como PMDB.
Júnior Friboi está chegando e, de cara, vai dizer aos aliados que não tem muito interesse em apoiar candidato a deputado estadual e federal que está pedindo votos para Iris Rezende. Pode até apoiar alguns, por amizade, mas a contragosto.
Acrescente-se que o porta-voz de Júnior Friboi, na política de Goiás, é Robledo Rezende. Não é Francisco Gedda (PTN), cuja presença ao lado de Iris Rezende não tem agradado a tropa de choque do friboizismo.
O ex-deputado federal Barbosa Neto disse a um peemedebista que desafia Frederico Jayme a provar que o ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende enriqueceu ilicitamente.
O peemedebista relata que Barbosa Neto, ao fazer a defesa de Iris Rezende, teria acrescentado que acusar sem provas “é fácil”. Teria acrescentado que quem acusa tem de apresentar as provas.
Não resta a menor dúvida que Barbosa Neto, o desafiador, é um homem de muita coragem.
O candidato do PSB a governador de Goiás, Vanderlan Cardoso, tentou falar com Marina Silva na semana passada. Mas não conseguiu. O empresário, fã número um de Ronaldo Caiado (DEM), não pertence ao grupo da socialista em Goiás.
O fato é que Marina Silva está de olho muito mais no apoio do governador Marconi Perillo. No segundo turno, é claro.
As equipes de Dilma Rousseff e Lula da Silva estão organizando verdadeiros sacos de maldade contra Marina Silva. Vão começar com traques, bombinhas e, em seguida, bombas atômicas.
Os petistas apostam que, em 20 dias, acabam com a imagem de santa de Marina Silva. Correm o risco, se a mão for muito pesada, de transformá-la em vítima.