Por Marcos Nunes Carreiro

[caption id="attachment_70707" align="alignright" width="620"] Marcelo perdeu, provisoriamente, a liderança, mas o jogo está embolado. Tanto ele quanto Cristóvão têm chances[/caption]
Disputa acirrada em Luziânia. Marcelo Melo (PSDB) e o prefeito Cristóvão Tormin (PSD) estão, literalmente, disputando voto a voto. Pesquisa do Instituto Exata OP, de Brasília, registrada no TRE-GO, mostra que Cristóvão assumiu a liderança das intenções de voto. Na pesquisa estimulada, o atual prefeito tem 29,2% das intenções de voto, contra 27,3% de Marcelo; estão tecnicamente empatados, visto que a margem de erro é de 2%. Cristóvão ganhou força depois que inaugurou algumas obras na cidade, como a UPA 24 horas e alguns bairros que foram asfaltados. Até então, Marcelo estava na liderança.
E são dois os pontos que podem desequilibrar a disputa: o primeiro é a rejeição do prefeito. Cristóvão tem uma rejeição de 39,9%, enquanto a de Marcelo é 18,9%. O número de indecisos, no cenário de disputa direta entre os dois é de 43,5%. Levando em consideração que os prefeitos têm sofrido com desgastes, Marcelo tem maiores chances de conquistar o voto dos indecisos, embora não seja o nome novo que as pessoas geralmente querem. Na espontânea, Cristóvão também lidera: tem 8,2%, contra 6,5% de Marcelo. Porém, nesse cenário, os indecisos somam 73,2%. Ou seja, os dois candidatos vão disputar voto a voto na eleição de outubro e vencerá quem errar menos.

[caption id="attachment_40255" align="alignright" width="300"] O PT de João Gomes deverá atrair o PMDB de Eli Rosa[/caption]
O PMDB de Anápolis tem pré-candidato: trata-se do vereador Eli Rosa, que é considerado um bom parlamentar e foi bem votado nas últimas eleições. Porém, Eli vai enfrentar um problema, que é a polarização irreversível entre o bem avaliado João Gomes (PT) e o conhecido deputado Carlos Antonio (PSDB).
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Os dois pré-candidatos deverão dividir a esmagadora parte dos votos, sobrando para os outros candidatos apenas alguns votos. Isso pode pesar nas conversas entre o PMDB de Eli e o PT de João Gomes, que já arrebatou o apoio de vários dos partidos na cidade. Até agora, estão com o prefeito: PSB, PDT, PSD, PCdoB, PMN, PPL, PtdoB e PRP.
É interessante apontar que o PSB também tinha pré-candidato, o vereador Frei Valdair, que disputou as últimas três eleições e, em 2008, quase venceu. Nesta semana, o PT irá se reunir com PR, PP e com o PMDB. As chances de os peemedebistas apoiarem João Gomes é grande. Tudo dependerá do que for proposto.

O Plano de Mobilidade anunciado pela Prefeitura é essencial, pois servirá para implantar o modelo de cidade previsto, em 2007, pelo Plano Diretor, mas que nunca foi colocado em prática

[caption id="attachment_10603" align="alignright" width="620"] Ausência dos líderes absolutos, Marconi e Iris, cria um vácuo, mas isso não quer dizer que as eleições de 2016 e 2018 estejam atreladas[/caption]
A eleição municipal em Goiânia, neste ano, está sendo tratada como uma prévia da próxima, ao governo, em 2018. Isso porque há um vácuo de lideranças no Estado, visto que os dois líderes-mor de Goiás não estarão na disputa: Iris Rezende (PMDB) desistiu de sua vida política, aparenta estar irredutível e não deve voltar; Marconi Perillo (PSDB) não pode disputar o quinto mandato. Mas é a ausência do último que cria os maiores problemas. Iris e Marconi eram os dois líderes absolutos de Goiás, aqueles cuja autoridade é inquestionável.
Ao ser cada vez mais questionado dentro de seu próprio partido, Iris deixou de ser um líder absoluto e, atribui-se a isso uma parte de sua aposentadoria. Seu histórico é inegavelmente vitorioso, mas seu presente, embora ainda tenha muito vigor eleitoral, já não é inquestionável. Marconi, por outro lado, segue para se firmar cada vez mais como o líder absoluto que já é. Se conseguir dar o salto nacional que pretende, Marconi será, inquestionavelmente, o maior líder político do Centro-Oeste. Atualmente, é um dos nomes fortes do PSDB e tem chances reais de assumir a vice numa possível chapa pura tucana à Presidência da República em 2018.
Assim, sua ausência numa eleição para um cargo que seria naturalmente seu, caso pudesse disputar, cria um vácuo. E não há, hoje, ninguém que esteja inquestionavelmente à altura política de Marconi para assumir o governo. Do lado governista, José Eliton (PSDB) é o candidato natural, mas não inquestionável; o mesmo ocorre com Thiago Peixoto (PSD) — os dois são os mais cotados. Do lado oposicionista, Daniel Vilela (PMDB) é o mais capacitado, mas não é inquestionável; o mesmo ocorre com Ronaldo Caiado (DEM).
É exatamente por essa falta de inquestionabilidade que a eleição deste ano é tratada como uma prévia da de 2018 e é o principal motivo para que os partidos da base estejam desunidos em Goiânia, apesar dos apelos de Marconi. Como o PSDB tem um pré-candidato à Prefeitura, os outros partidos com nomes fortes para tentar emplacar uma candidatura ao governo, tentam amarrar um eleição à outra. É o caso de PTB — que tem Jovair Arantes para a disputa ao governo — e PSD — que tem Thiago Peixoto ao governo e Vilmar Rocha ao Senado. Fora o PR da praticamente já anunciada pré-candidato ao Senado Magda Mofatto. Vem daí o principal motivo de divisão e que poderá fazer a base governista perder novamente em Goiânia.
Do outro lado, Daniel Vilela, ao se guardar para a disputa ao governo, em 2018, perde a oportunidade de se tornar prefeito da capital e projetar sua carreira política, estando mais perto de se tornar um líder inquestionável, absoluto.
Esquecem-se todos de que o momento do País, em 2018, será outro. Os nomes serão outros e as alianças e a reestruturação dos partidos também, assim como a mentalidade do eleitor. Dessa forma, 2018 não passa necessariamente por 2016 e atrelar uma eleição à outra é um erro que está sendo cometido pelos dois lados.

[caption id="attachment_70711" align="alignright" width="620"] Com uma ampla base de apoio, o deputado Heuler Cruvinel aumenta suas chances de sair na frente na eleição à Prefeitura de Rio Verde[/caption]
A pré-candidatura de Heuler Cruvinel (PSD) à Prefeitura de Rio Verde vai sendo mais encorpada a cada dia. Depois de ter tirado do adversário Lissauer Vieira (PSB) o PSL, o PHS e o Pros, mais três partidos estão praticamente certos no apoio a Heuler: PTC, SD e PR. Além do próprio PSD de Heuler, já estão na coligação PTN, PMB, PRB, PP, PTB, PMN, PSDB, PHS, PTdoB, PEN e Pros. Coordenador político da campanha de Heuler, o ex-vereador Aluizio Rodrigues diz que nada menos que cinco coligações proporcionais foram formadas, com 17 siglas, sendo que cada coligação terá 32 candidatos a vereador, perfazendo 160 nomes, dos quais 50 são mulheres.
É uma estratégia pesada para garantir um batalhão de gente pedindo voto para o candidato majoritário e, ao mesmo tempo, consolidando uma base forte na Câmara para dar sustentabilidade à futura gestão. Afinal, tão importante quanto ganhar a eleição é ter condições de fazer uma boa administração. As convenções proporcionais começam a ser realizadas a partir desta quarta-feira, 20. E a convenção majoritária do PSD foi definida para o dia 4 de agosto, às 17 horas, no Ginásio Jerônimo Martins.
Heuler tem se apresentado como uma possibilidade real de dar um novo ritmo à gestão de Rio Verde, que nos últimos anos tem se destacado no noticiário por várias irregularidades. No ano passado, por exemplo, a promotora de Justiça Renata Dantas de Morais e Macedo propôs ação civil pública contra o município e a empresa Art Plus Comunicação e Marketing Ltda., no valor de quase R$ 3 milhões. Segundo o Ministério Público, os contratos foram por meio do Fundo Municipal de Educação, com o próprio município e outro por meio do Fundo Municipal de Saúde, para prestação de serviços de publicidade e divulgação dos programas, ações e campanhas institucionais, sendo que há vários problemas justamente nas áreas de educação e de saúde. Isso significa que a prioridade da atual administração é mais divulgar do que fazer o que a população quer e precisa.

[caption id="attachment_70709" align="alignright" width="620"] Na contramão dos outros prefeitos, Hildo do Candango deve se reeleger[/caption]
Enquanto muitos prefeitos têm sofrido com os desgastes de suas gestões e, exatamente por causa disso, estão tendo dificuldades para se reeleger ou para fazer o sucessor, em Águas Lindas a situação é diferente.
O prefeito Hildo do Candango (PTB), que já era favorito para a eleição deste ano, se tornou favoritíssimo depois que inaugurou quase todas as obras que estavam pendentes na cidade.
Águas Lindas tem a incrível marca de R$ 1 bilhão investido em obras. É uma quantia que poucas prefeituras no Brasil conseguiram alcançar. Parte dessas obras estavam paradas devido à falta de repasse do PAC. Diante da situação, porém, Hildo economizou e chegou a tocar obras com dinheiro próprio da prefeitura.
A inauguração das obras firmou a boa imagem que o prefeito já tinha na cidade e fez com que ele se distanciasse ainda mais dos outros candidatos — Ênio Tatico (PMDB) e Geraldo Messias (PTC), que estão praticamente empatados atrás de Hildo.
Em Águas Lindas, tem pré-candidato que, mesmo sem mandato, está sofrendo com um desgaste eleitoral fortíssimo. Trata-se de Marco Túlio (DEM). Ele até tem tentado se articular, mas poucos o conhecem na cidade. Acontece que Marco Túlio não mora em Águas Lindas. É senso comum entre os moradores de que, todos os dias, ele sai de Brasília rumo à cidade para tentar convencer a comunidade de que é o nome certo para administrar o município. Mas não tem convencido. A população o classifica como um “candidato paraquedista”. “Todos os prefeitos que passaram pela cidade são moradores pioneiros, com histórico de serviços prestados à comunidade. Ele não”, diz um morador.

[caption id="attachment_47458" align="alignright" width="620"] Prefeito João Gomes: milhas à frente dos possíveis adversários na disputa pela prefeitura[/caption]
O PT, embora esteja desgastado com toda a situação nacional, de afastamento da presidente Dilma Rousseff, segue forte em muitos municípios. Em Aragarças, a vereador Bruna Jacqueline é o nome do PT para prefeita. Na cidade, ela disputa contra José Elias (PSDB). Em Corumbá, o nome petista é Jairo Rodrigues, presidente do partido na cidade.
Mas o nome com maior capilaridade eleitoral do partido é João Gomes, atual prefeito de Anápolis, que tem bons índices de aprovação e parte para uma campanha consistente e que conta o apoio de oito partidos, até agora, número que deve aumentar para 11, pelo menos.
Estão com o PT anapolino, até o momento: o PSB do vereador Frei Valdair, PDT, PSD, PCdoB, PMN, PPL, PtdoB e PRP. Podem apoiar: PR, PP e o PMDB do vereador e pré-candidato Eli Rosa. As conversas continuam.
Fora isso, há Adriana Accorsi, em Goiânia. O partido confia que a delegada tem condições para chegar ao segundo turno da eleição da capital.

Daniel Vilela é, de fato, o melhor nome que o PMDB tem atualmente para a disputa à Prefeitura de Goiânia. O vice-prefeito da capital, Agenor Mariano, e os deputados estaduais José Nelto e Bruno Peixoto são nomes qualificados e que poderiam contribuir com a cidade. Porém, Daniel teria mais chances de convencer o eleitor, visto que é jovem e passa a imagem do “novo político”, aquele que se prepara para os desafios da gestão. Além disso, como presidente regional do partido, e de olho no governo em 2018, seria essa a oportunidade para que Daniel se apresentasse à população como um político de qualidade e, mais: testasse a si mesmo no Executivo. Se fizer uma gestão na capital, Daniel sai pronto para a disputa majoritária estadual nas próximas eleições e se firma como o líder do PMDB em Goiás.
O PSDB tem um terço dos prefeitos de Goiás; são 81. E a intenção do partido é a de aumentar esse número na eleição deste ano. Os tucanos têm favoritos em seis das cidades estratégicas. São elas: Trindade, onde o prefeito Jânio Darrot está bem avaliado e lidera a disputa; Catalão, com o atual prefeito Jardel Sebba; Anápolis, com o deputado Carlos Antonio; Jataí, com o vereador Vinícius Luz; Ceres, com Rafael Melo; e Porangatu, com Pedro João Fernandes, que é presidente do PSDB municipal. Porém, embora pretenda aumentar o número de prefeitos, o partido só terá candidato onde tiver competitividade. Se o candidato não for competitivo, o partido deverá apoiar outro.

[caption id="attachment_59055" align="alignright" width="620"] A senadora Lúcia Vânia, o pré-candidato Vanderlan Cardoso e o vice-presidente nacional do PSB Beto Albuquerque em evento do partido na capital | Foto: Leo Iran[/caption]
O PSB é, talvez, o maior exemplo de como se adaptar às novas legislações. Após as mudanças no código eleitoral, que modificaram a campanha a partir deste ano, o partido foi o único que começou, desde cedo, a se movimentar. Com um tempo de propaganda eleitoral mais curto, o PSB soube aproveitar as liberações em relação à pré-campanha e, desde o ano passado, tem promovido reuniões e se apresentado à população — o presidente nacional da Fundação João Mangabeira, Renato Casagrande, esteve em Goiânia pelo menos quatro vezes desde o início do ano.
Isso mostra que um partido organizado tem condições de se antecipar aos debates. É claro, isso só foi possível porque o partido definiu logo o seu candidato e começou a trabalhar. Além disso, o PSB conta com uma estrutura para dar sustentação à candidatura de Vanderlan Cardoso — três deputados estaduais, dois vereadores e um bom número de candidatos na região metropolitana de Goiânia, tanto ao Executivo quanto ao Legislativo. Em grande parte, esse up do PSB se deve à filiação da senador Lúcia Vânia, que assumiu a sigla no fim de 2015.

“Temos candidato e é o melhor desde Nion Albernaz”. A fala de Afrêni Gonçalves, presidente regional do PSDB, sobre Giuseppe Vecci, o pré-candidato do partido à Prefeitura de Goiânia. Segundo ele, Vecci é o nome mais forte, em muito tempo, que a base do governo estadual tem para disputar a gestão da capital. “O que Goiânia mais precisa é de planejamento e gestão, e isso é o que Vecci mais fez na vida. Por isso, toda a base deveria estar apoiando sua candidatura”, diz.

[caption id="attachment_58991" align="alignright" width="620"] Foto: Renan Accioly/ Jornal Opção[/caption]
Com a saída definitiva de Iris Rezende (PMDB) da disputa à Prefeitura de Goiânia, Vanderlan Cardoso (PSB) tende a se aliar ao governador Marconi Perillo (PSDB), num provável segundo turno. A lógica de Vanderlan, segundo apontam aliados, é que o PMDB só tem a popularidade de Iris a oferecer, enquanto a base do governador tem estrutura e ainda conta com a boa fase do governo estadual, que tem feito muitas obras na capital.

[caption id="attachment_70556" align="alignright" width="620"] Placar do primeiro turno da eleição | Foto: Maryanna Oliveira[/caption]
A batalha entre Rodrigo Maia (DEM) e Rogério Rosso (PSD) tem grandes possibilidades de se repetir em 2018. Os dois são cotados para disputar o governo do DF.Mas Rodrigo, que saiu vencedor da eleição à presidência da Câmara, pode ter que enfrentar certo “fogo amigo”.
Acontece que o deputado Alberto Fraga, que é do DEM do DF, também está na disputa e colaborou para a vitória de Maia. Dizem, pelos corredores do Congresso, que Fraga espalhou boatos sobre Rosso dias antes da votação que elegeu o novo presidente da Câmara.
Isso teria prejudicado Rosso e, logicamente, favorecido Maia. Dessa forma, Maia estaria em dívida com Fraga. Do outro lado também haverá disputa. Tadeu Filippelli, presidente do PMDB do DF, articulou para a vitória de Rosso na Câmara. O trabalho de Filippelli teve dupla intenção.
A primeira foi atender a um pedido pessoal do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, que interferiu em favor de Rosso. A segunda foi em favor próprio. Se vence, Rosso ficaria em dívida com Filippelli, o que favoreceria o último em 2018.
Porém, de todos, o que pode sair melhor da história é Rogério Rosso. Ele pode tanto disputar a presidência da Câmara novamente no ano que vem, como ir ao Senado em 2018, visto que é apontado como favorito do partido ao cargo.

[caption id="attachment_67528" align="alignright" width="620"] Giuseppe Vecci em entrevista ao Jornal Opção | Foto: Renan Accioly[/caption]
Passou despercebida a fala do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, sobre o possível futuro do PMDB em Goiânia: “Se a gente não tem candidato ideal, mas o PT, o PSDB, o PTB, o PSC tiverem, por que não apoiá-los?”.
Após a briga declarada entre peemedebistas e o prefeito Paulo Garcia, a probabilidade de reaproximação do PMDB com o PT é pequena; o mesmo vale com Luiz Bittencourt (PTB); o PSC não tem um candidato posto. Isso quer dizer que o PMDB poderia apoiar a candidatura de Giuseppe Vecci?