Por Euler de França Belém

Ernani de Paula afirma que mantém sua candidatura a prefeito de Anápolis. “Avalio que posso ser a terceira via e a alternativa entre os candidatos oficiais: João Gomes, o prefeito do município, do PT, e Carlos Antônio, deputado estadual, do PSDB.”

Os indivíduos que foram e estão indo às ruas não estão defendendo partidos e políticos, e sim a necessidade de se salvaguardar as instituições

[caption id="attachment_61552" align="alignright" width="288"] Em português, este é o livro que mais explica Mein Kampf[/caption]
Enquanto o país perde tempo discutindo se deve publicar ou não a obra “Mein Kampf” (“Minha Luta”), de Adolf Hitler, a Nova Fronteira relança a segunda edição do excelente “Mein Kampf: A História do Livro” (227 páginas, tradução de Clóvis Marques), do jornalista francês Antoine Vitkine. A maioria dos historiadores trata a “Bíblia Názi” de maneira episódica, apesar de realçar que se trata de um documento histórico fundamental. Vitkine, pelo contrário, examina-a detalhadamente
Vitkine mostra que a maioria dos políticos do período em que foi lançado “Mein Kampf”, em 1925, e mesmo depois da ascensão de Hitler ao poder, em 1933, não soube avaliar o livro com exatidão, não teve a percepção necessária para entender que se tratava de um guia para a ação política e governamental. Winston Churchill, pelo contrário, entendeu muito bem o projeto de poder que o trabalho do nazista delineava, mas não era um homem ainda tão poderoso.
É provável que, se os estadistas do período tivessem lido o livro com a devida atenção, sem subestimá-lo, Hitler poderia ter sido contido. Várias pessoas alertaram, mas os homens de Estado avaliaram mal ou de maneira equivocada o projeto que havia sido delineado em “Mein Kampf”. Vitkine revela que Hitler chegou a proibir a publicação de “Minha Luta” na França, porque a obra contava o que, uma vez no poder, pretendia fazer com o país.
Proibir “Mein Kampf”, alegando que é um livro que prega o mal, é subestimar os leitores e, sobretudo, esconder ideias de um documento histórico fundamental para se entender aquilo que se rejeita. Vitkine conta que o próprio Hitler, admitindo que “Mein Kampf” era um livro revelador do que pensava pôr em prática, chegou a censurar edições populares. Os magistrados brasileiros deveriam ler a obra do jornalista.
A primeira tradução de “Minha Luta” saiu no Brasil em 1934, nove anos depois de ter sido publicado na Alemanha. “Imediatamente”, escreve Vitkine, “obtém grande sucesso, alcançando nada menos que três edições” na “década de 1930”. Oitenta e dois anos depois, um juiz do Rio de Janeiro decidiu proibir a publicação do livro no Brasil. Parece brincadeira de criança, ou melhor, o magistrado quer tratar o leitor como se fosse criança, como se as ideias de “Mein Kampf fossem, tantos livros publicados depois do fim da Segunda Guerra Mundial — de Ian Kershaw, Antony Beevor, Richard Evans, Richard Overy, Max Hastings —, uma coisa secreta e proibida. É preciso publicar e discutir aquilo que se quer e se precisa combater. Ideias “escondidas” servem apenas a seitas perigosas. Ideias “públicas”, por mais perigosas que sejam, são mais “inofensivas”.
[caption id="attachment_61553" align="alignleft" width="214"] Simone de Beauvoir, escritora francesa, foi a grande feminista do século 20[/caption]
Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre não se interessavam muito por caráter. Eram “heróis” complexos, que mudavam de posição de acordo seus próprios interesses e novas ideias. Os dois, notadamente Sartre, foram apaixonados pelo stalinismo, mas, em 1968, conseguiram se apresentar como libertários. Mas o casal, pelas ideias, livros e comportamento, mais este, é sempre interessável. Simone de Beauvoir, comparada a Sartre, é subestimada, embora seja uma prosadora de mais qualidade do que o filósofo (Paulo Francis gostava de contar que Sartre tentou visitar Heidegger, mas foi dissuadido pelo secretário do alemão: “Ele não recebe jornalistas”).
No momento em que Lula da Silva ataca as mulheres e feministas, notadamente as do PT, vale a pena ver “Simone de Beauvoir e o Feminismo”, lançado pela Versátil. São três documentários com entrevistas da escritora: “Uma Mulher Atual”, de Dominique Gross; “Por que Sou Feminista”, de Jean-Louis Servan-Schreiber; e “Simone de Beauvoir Fala”, de Wilfrid Lemoine.
Tony Judt era um historiador-filósofo, por assim dizer. Seus livros são de história, mas contém uma reflexão de filósofo. Nos ensaios, a combinação do historiador com formação filosófica aparece com mais força. A Editora Objetiva manda para as livrarias “Quando os Fatos Mudam — Ensaios: 1995-2010”. O scholar britânico morreu em decorrência de esclerose lateral amiotrófica.

O ex-presidente ligou para Jaques Wagner e disse que havia dito a Mino Carta para escrever artigo atacando Sergio Moro. Pouco depois, a revista publicou dois artigos criticando o juiz e a Polícia Federal
O livro “Vozes de Tchernóbil — A História Oral do Desastre Nuclear” (Companhia das Letras, 384 páginas), de Svetlana Alexievich, sai em abril no Brasil. A jornalista e escritora bielorrussa ganhou o Nobel de Literatura de 2015. Uma das vantagens da obra é que chega ao país com tradução de Sonia Branco, especialista na arte de traduzir escritores russos. A edição patropi deriva, portanto, do original.
A explosão da usina nuclear de Tchernóbil ocorreu em abril de 1986 — há 30 anos. O governo totalitário da então União Soviética escondeu a extensão da tragédia, sonegando dados verdadeiros à imprensa internacional e sacrificando a população. Svetlana Alexievich reconstrói o fato a partir de depoimentos das vítimas — o que permite entender que, soterrada pela história oficial, há outras grandes histórias.

Samba do crioulo doido no Jornal Nacional — Na quarta-feira, 16, o “Jornal Nacional” cobriu bem a história de que Lula da Silva quer se tornar o Supremo do Brasil. Mas, por vezes, textos não casavam com as imagens, deixando William Bonner irritado. A TV Globo, sob pressão, erra assim como as emissoras mais amadoras.

Espera-se que a magreza não lhe tenha roubado o imenso talento

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