Por Euler de França Belém
De um tucano goianiense: na campanha deste ano, duas coisas vão ser citadas à exaustão: a história dos 500 milhões que Iris Rezende supostamente pegou da Odebrecht e comprou uma fazenda e a história de Valdemar Costa Neto, conhecido como rei e príncipe do mensalão. O presidente do PR, envolvido até a medula no mensalão (usa tornozeleira eletrônica) e com problemas com o petrolão, será mencionado para desgastar os candidatos a prefeito pelo partido em todo o Estado. Até candidato decentes, como muitos do PR, por exemplo em Goiânia, podem ser enlameados pela história pregressa de Valdemar Costa Neto. Eles precisarão encontrar uma “vacina”. Mas qual e como?

[caption id="attachment_62689" align="alignright" width="620"] José Paulo Loureiro[/caption]
O marketing do candidato do PSDB a prefeito de Goiânia, Giuseppe Vecci, será coordenado por Marcus Vinicius Queiroz, o marqueteiro que derrotou o marqueteiro Duda Mendonça em disputa no Tocantins e na Colômbia (o goiano ajudou a eleger o presidente). No campo da montagem da estrutura, as figuras predominantes são os competentes e experimentados José Paulo Loureiro e Luiz Alberto Bambu. A presença dos dois significa que a campanha do tucano vai funcionar do começo ao fim.
O prefeito Jardel Sebba (PSDB) começa na segunda-feira, 4, o recapeamento de 100 quilômetros lineares de ruas e avenidas de Catalão. A oposição liderada pelo ex-prefeito Adib Elias (PMDB) está preocupada com o volume de obras do tucano na cidade. De um político do Sudeste: “Enquanto Jardel trabalha, a oposição dorme ou conversa”.

[caption id="attachment_62684" align="alignright" width="620"] Arquivo[/caption]
Apesar de estar no seu quarto mandato, o governador Marconi Perillo, de apenas 53 anos, surpreende quem o acompanha e a sociedade de modo geral pela motivação com que encara os desafios da administração pública, quando poderia apresentar sinais de cansaço e desânimo. Ao contrário, esbanja energia, disposição e vontade de resolver as questões que se apresentam, como se estivesse no início de carreira. Demonstra que tem muito ainda a dar ao Estado, principalmente porque tem pela frente uma grande possibilidade de projeto nacional (presidente ou vice) e isso depende do sucesso de sua gestão em Goiás. A imprensa não divulga com ênfase, mas há uma verdadeira romaria de governadores de vários Estados, acompanhados de secretários, para conhecer os programas de Goiás, notadamente na área de saúde. O Crer, o hospital de recuperação, é apontado como modelo pelo Ministério da Saúde. O modelo das organizações sociais, que no Estado funciona, também atrai o interesse de vários governadores.

[caption id="attachment_62681" align="alignright" width="620"] Reprodução[/caption]
Chiquinho de Oliveira perdeu fôlego na disputa com José Vitti pela presidência da Assembleia Legislativa. Consta que o apetite do neotucano para aumentar sua base de prefeitos irrita os companheiros da bancada governista, especialmente os de primeiro mandato, e comenta-se que o parlamentar é pouco dado a cumprir compromissos de campanha e de pós-campanha. Se a disputa pelo trono de Helio de Sousa fosse hoje, José Vitti venceria com um pé nas costas.
A queda da arrecadação provocou um tsunami nos cofres do governo de Goiás. Porém, sem alarde, o governador Marconi Perillo está ajustando as contas públicas. Além de fechar as torneiras, cortar as despesas, o tucano conquistou outras fontes de receita em Brasília, como o alargamento do espaço fiscal e o alongamento da dívida. Com o déficit zerado, o Estado terá uma folga ao fim deste ano para investimentos. E há a receita extra que poderá entrar com a venda da Celg, que não está nestes cálculos.
A crise econômica nacional não impediu Marconi Perillo de manter intactos os investimentos em educação, saúde e segurança pública e nos programas sociais. O tucano-chefe não tirou um centavo das quatro áreas — o que tem garantido uma prestação de serviços adequada para as camadas da população que mais sofrem com o desequilíbrio da economia do país.

[caption id="attachment_62676" align="alignright" width="620"] Montagem[/caption]
O ex-presidente Lula da Silva, primeiro-ministro informal do governo de Dilma Rousseff, está maquinando para travar a privatização da Celg. Ele sempre joga pesado.
O lulopetismo avalia que o governador Marconi Perillo representa um risco eleitoral para o PT na disputa da Presidência da República em 2018.
O ex-governador de Brasília Joaquim Roriz está com Alzheimer, além de, às vezes, fazer hemodiálise duas vezes por semana. Ele fará 80 anos em agosto.
A situação do PMDB no Entorno de Brasília é a pior possível. O maior político do partido na região, Marcelo Melo, migrou para o PSDB, pelo qual vai disputar a Prefeitura de Luziânia. É considerado imbatível. O PMDB de Daniel Vilela, o presidente, e de Iris Rezende não tem nenhum candidato competitivo no Entorno do Distrito Federal, exceto Ernesto Roller, em Formosa. Até Tião Caroço, inimigo figadal do ex-deputado, já está chamando Ernesto Roller de “prefeito”. Pesquisas mostram, segundo o próprio conselheiro do TCM, em conversa recente com um repórter do Jornal Opção, o peemedebista na liderança absoluta. O Entorno do DF é uma região decisiva para qualquer partido que aspire disputar, de maneira competitiva, a eleição para o governo do Estado. Seu eleitorado é um dos maiores de Goiás.
Apelidado de Baixinho, um deputado do PMDB aparece na lista da Odebrecht. Ele recebeu, via caixa 2, ao menos 200 mil reais quentinhos. Irá à Lava Jato, por certo. A Odebrecht era espirituosa para estabelecer apelidos para aqueles que financiava: Boiadeiro (seria do DEM), Matusalém (do PMDB) e Padre (PMDB).
De um deputado peemedebista: “Há certos mistérios que não permanecem mistérios para sempre. Por que o senador Ronaldo Caiado, do DEM, e a oposição em Goiás, notadamente PT e PMDB, calaram-se sobre o vazamento da planilha de supostas propinas da Odebrecht?” Além de senador competente e posicionado, Ronaldo Caiado é um político apontado como íntegro inclusive por seus opositores.
Candidato a governador de Goiás em 2014, Iris Rezende recebeu 200 mil reais da Odebrecht. O ex-prefeito de Goiânia tem um patrimônio de 30 milhões de reais. Iris Rezende diz que é um político honrado. Na sexta-feira, 1º, a esquerda petista fez a festa com a denúncia de que o ex-prefeito recebeu 500 milhões de reais da Odebrecht e usou o dinheiro para comprar uma fazenda. O peemedebista frisa que seu patrimônio é fruto de seu trabalho como advogado e de herança paterna.
Advogados, inclusive aliados, sugerem que o presidente da OAB-Goiás, Lúcio Flávio, imponha sua liderança e comando nas comissões e no conselho. A tática de criticar, com volúpia as gestões passadas, dá certo no máximo no primeiro ano, talvez só no primeiro semestre. O que os advogados esperam é o cumprimento das promessas de mudança na OAB-GO. Até agora, segundo advogados, prevalece a retórica.
O deputado federal Jovair Arantes tem sido elogiado pelos colegas nos primeiros dias como relator do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Seus pares sublinham que o político goiano é ponderado e segue à risca as regras. Sociedade, situação e oposição confiam no seu comando seguro.