Por Anderson Milhomem

Rafinha Bastos é um humorista polêmico do tipo que ou você ama ou você odeia. Não tem meio termo. Mas juro que nunca tinha tido uma opinião formada sobre esse sujeito

Acho difícil acreditar que exista um morador do Parque Amazônia, Nova Suíça ou Setor Bueno que não tenha ouvido o chamado característico do Seu Jorcelin
Quando eu for presidente do mundo, meu primeiro ato será colocar aquilo tudo abaixo. E que se dane quem achar ruim.
Sou vilanovense há 40 anos e pela primeira vez na minha vida, senti algo pelo clube que nunca imaginei sentir: vergonha

Chega de treinador retranqueiro
Quem me conhece sabe que meu clube do coração usa vermelho e branco, fica sediado ali pelas bandas do Setor Universitário e tem aquela torcida apaixonada que causa inveja no que resta das torcidas adversárias.
Mas aqui e agora não é sobre o Tigrão.
Hoje o papo gira em torno de outro time, que usa verde e branco, fica sediado ali pelas bandas da antiga Macambira e tem aquela torcida que nunca está satisfeita com nada.
E dessa vez eu tenho que concordar com eles.
O time é horrível. Ponto.
A diretoria, medrosa. Ponto.
O ex-técnico, falastrão e ultrapassado. Exclamação.
Vamos voltar alguns bons anos no tempo. Lembro de times brilhantes que os esmeraldinos colocaram em campo. Times que até torcedor rival (falo por mim) tinha gosto de ver, mesmo que torcendo contra. Quem não viu Luvanor, Zé Teodoro, Niltinho, Gílson Jader, Cacau e outros mais que não lembro e nem vou pesquisar, que procure umas fitas antigas e dê uma olhadinha. Era futebol ofensivo, pra frente. Passavam por cima, sem dó.
Era um estilo de jogo que imperava na Serrinha e ia do time principal ao dente de leite. Eu mesmo cansei de ir ao Serra Dourada pra ver na preliminar o time de juniores esmeraldino quando Túlio, ainda sem o Maravilha, já começava a despontar como artilheiro. Dava gosto de ver (que meus amigos colorados não me ouçam).
Éééé meus caros esmeraldinos, hoje fica difícil mesmo perder tempo com esse time. Ver os caras jogarem 90 minutos com a “bunda no azulejo”? Só pra nêgo fanático mesmo. Alguém precisa apresentar a linha de fundo pro lateral esquerdo robótico. E o da direita, que é muito prafrentex, como diriam os mais velhos, só está jogando por falta de uma opção mais retranqueira. O esquema tático é dos mais modernos do mundo: chuta pra frente e deixa o atacante destrambelhado se virar lá no ataque. Tem um atacante que se destaca dos demais? Afasta. Deixa jogar não, porque é perigoso ele fazer um golzinho. Nossa ideia aqui é defender, defender e defender.
Mas não pensem que a culpa é apenas do ex-treinador super-hiper-ultra-ultra-ultrapassado. Se não me engano, e me corrijam se estiver errado, quem começou com essa palhaçada foi o tal do Geninho. E, como deu certo, tomaram gosto pelo estilo. Enderson Moreira seguiu a trilha e o Hélio “João Plenário” fechou o caixão. O Goiás, de um dia pro outro, se transformou em um time de marcação ferrenha, que bate mais que PM com depressão e só vai nos contragolpes. Resultado: toma poucos gols, faz menos ainda e deve ser o time que mais comete faltas nesse campeonato.
Pelamordedeos dirigentes esmeraldinos, montem um time decente, contratem um treinador mais qualificado, deixem de ser bunda-moles. Ousem, vocês podem e têm condição para isso. Se inspirem, por exemplo, em um Sport Recife da vida. Façam algo de bom pelo futebol goiano e, principalmente, pelos torcedores do seu time.
E do jeito que está fica difícil até de assistir pra torcer contra. Ajuda nóis, né.
Passadas as eleições e com a poeira baixando aos poucos, "revenons à nos moutons" (o que em bom dilmês significa voltemos as vacas frias). Nunca na história desse país presenciei uma eleição tão acalorada e com os ânimos tão à flor da pele (nunca entendi essa expressão) entre os militantes/fãs/eleitores dos dois candidatos a Presidência da República. A tensão de um Goiás e Vila com estádio lotado virou briguinha de criança no recreio perto do que vimos e passamos nessas eleições. Bastava declarar seu voto no candidato X, deixando isso bem claro pra quem quisesse achar ruim, e lá vinha uma saraivada de insultos da turma do candidato Y, que achava ruim mesmo. E achava “di cum força”, só pra usar uma expressão bem conhecida por aqui. E vice versa. Discussões exaltadas deram o tom nas ruas, nas rodinhas etílicas e, principalmente, nas redes sociais. Muito xingamentos, ameaças e o fim de amizades antigas. E taca-le pau. E tome insultos. E tome porrada, cusparada, dedo no olho. Chute no saco não, esse era proibido. E nem preciso mencionar o preconceito e os absurdos ditos e não ditos ao povo nordestino, como se “o nosso voto valesse menos”, reclamou um amigo baiano. Peraí, isso não seria xenofobia? Racismo? Isso não é crime? Sei lá. Só sei que alguns amigos nem querem mais curtir uma água quentinha em praias de Porto Seguro. Natal? Fortaleza? Nem pensar. Mas calma, classe média. As praias caribenhas são ótimas e mais baratas que as praias da Dilma. #partiupuntacana Chegamos ao absurdo de ver um empresário mandar um recadinho nada amoroso aos seus próximos. “A mensagem é clara: se você votou no Partido Tal, não quero que você faça parte da minha vida. Quero você distante da minha casa e da minha família. Suma. Desapareça. Mude para o nordeste!”. Simples assim. Tão tá. A intolerância atingiu até inocentes crianças. Uma escola primária aqui da capital fez uma eleição com 20 alunos de uma sala qualquer. Dezenove votaram no candidato X e o único aluno a votar diferente do restante ficou isolado no recreio sofrendo com a ira dos amiguinhos. Meodeos. Tô nem aí em quem você votou ou deixou de votar. Problema seu. Cada um sabe onde o calo aperta e que assuma as consequências dos seus atos. Mas tem uma coisa...se não torce pro Vila Nova, mantenha distância de mim. Seu pulha.
Conheci jogadores que nunca tinha visto mais gordos e torço por eles. Cada assistência é um flash. Cada gol uma festa