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Pezão vira Sacão de Pancada e precisa se aposentar urgentemente. Para preservar sua saúde

Se não se aposentar, Antonio Silva deixa, em definitivo, de ser Pezão para se tornar, para-oficialmente, Sacão de Pancada do UFC. Se tem alguém precisando retornar, não aos bons tempos, mas aos tempos medianos, basta chamar o Sacão, opa, Pezão. Ele se aposentou? Oficialmente, não. Porém, se for esperto o suficiente, o fará agora, antes que se machuque gravemente ou seja defenestrado pelo poderoso chefão do UFC, Dana Write. As derrotas para Andrei Arlovski — recém-saído do túnel do tempo dos lutadores dráculas — e Frank Mir, dois atletas em franca decadência, mas absolutamente charmosos (“lendas”, como gostam de dizer os palavrosos, divertidos e imprecisos comentaristas-torcedores do canal Combate), foram vexatórias sobretudo porque Sacão-Pezão não lutou. Entrou no octógono como se fosse o personagem K., do romance “O Processo”, do tcheco Franz Kafka. Não sabia o que estava acontecendo e, depois do nocautaço, saiu do octógono sem saber se havia sido atropelado por uma Scânia ou por um trator. Havia sido atropelado por um Fusca, talvez da década de 1970, mas ainda com força nas mãos. Frank Mir, experimentado, percebeu que estava diante de um lutador que não reagia, que não queria luta. Há um truísmo: nas lutas de MMA quem fica parado, inteiramente na defensiva, se torna, em poucos minutos, amigo preferencial da lona. Em menos de 2 minutos, Pezão estava no chão, meio desmaiado, sendo socado por Frank Mir. Desculpe, leitor, a linguagem algo grosseira, mas Pezão se tornou uma espécie de Viagra dos lutadores decadentes sem elegância do UFC. Agora só falta ser nocauteado por Roy Nelson. A luta, se o termo apropriado é luta — passeio talvez seja menos impreciso —, entre Pezão e Frank Mir ocorreu, em Porto Alegre, na madrugada de domingo, 22, para segunda-feira, 23. O dia não foi bom para os brasileiros, que pareciam sonados e amantes da lota.