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Prefeitura diz que pagamentos referentes a serviço prestado em fevereiro foram realizados nesta terça-feira

Após 20 anos de construção, UFG inaugurará o novo hospital, que será o maior federal do Brasil e atenderá todo Centro-Oeste
[caption id="attachment_237444" align="alignnone" width="620"] Em quatro anos, novo HC deverá alcançar capacidade total de 600 leitos | Foto: Fábio Costa / Jornal Opção[/caption]
O Hospital das Clínicas de Goiânia (HC) está em um antigo prédio de três andares. Nascido na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) há mais de 60 anos, o órgão formou gerações de médicos, que estudam no local como internos e frequentemente retornam como residentes para se especializarem – além de produzir incontáveis outros profissionais da saúde. Agora, após 20 anos da concepção de um novo HC, a instituição está em vésperas de mudança.
A importância do HC não cabe em seus atuais 328 leitos. Por fazer parte da Universidade, o órgão é um grande laboratório de pesquisa científica e, por isso, tem vocação para tratamentos de alta complexidade e medicina de ponta. No Estado, a única outra instituição focada na atenção terciária (procedimentos em que predominam conhecimento e técnicas especializadas) é o Hospital Geral de Goiânia Dr. Alberto Rassi (HGG), mas este não possui todos os ramos que são cobertos no HC:
Cirurgias de pequeno, médio e grande porte. Exames de diagnóstico: imagenologia, laboratoriais, métodos gráficos, hemodinâmica. Emergência. Quimioterapia. Terapia Renal Substitutiva. Unidade de Terapia Intensiva: clínica, cirúrgica e neonatal. Desenvolve um trabalho de assistência à saúde, atendendo a população em procedimentos de alta complexidade, como cirurgias cardíacas, ortopédicas, transplantes de medula óssea e renal, neurocirurgias.
Por isso, a aguardada ampliação do hospital foi descrita por Sérgio Baiocchi, novo presidente da Unimed, como “de impacto total.” Atualmente, além de Goiás e Tocantins, o hospital atende o sul do Pará, Maranhão, Bahia, Amazonas, norte de Minas Gerais e outros. O superintendente do HC e professor da Faculdade de Medicina, José Garcia Neto, afirma que a expectativa é que, após a mudança de edifício, gradualmente se aumentem as operações até alcançar a capacidade total – 600 leitos.
“O que combinamos com o Governo Federal foi que, com a melhora da condição econômica, o Ministério da Educação irá suprir em quatro anos o necessário para funcionarmos com força total”, diz José Garcia. “Será o maior hospital público do Centro Oeste e o maior hospital federal do Brasil.”
A mudança em números
Quantidade de Leitos
De 328 para 600 leitos
De 3 para 20 andares
70 enfermarias por andar
2 leitos por enfermaria, que pode ser isolada a qualquer momento
Radioterapia será implantada até julho
4 andares para garagem, equipamentos de manutenção, administração, área técnica e informática.
16 andares hospitalares destinados a atendimento, laboratórios, capela, necrópsia e estudo de óbitos, diagnóstico, internação, transplante e UTI
Novo edifício receberá as internações eletivas
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Obra foi feita exclusivamente com emendas parlamentares
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O que muda para um residente
Gabriel Alvarenga Santos está no HC há sete anos. Graduado em medicina pela UFG, o residente está concluindo seu primeiro na especialização em clínica médica e relata o cotidiano de alunos internos, professores e funcionários no antigo prédio, bem como o que esperam encontrar no novo edifício do Hospital das Clínicas. Quais as condições do prédio atual do HC? É um prédio muito antigo, com muitos defeitos de manutenção. Considero que o principal problema é a dificuldade de locomoção de pacientes com necessidades especiais. O prédio foi recebendo acréscimos à medida que foi construído; a gente brinca que tem vários puxadinhos. No ambulatório não há rede elétrica suficiente para suportar ar-condicionados, então todos sofrem na época do calor. Qual o problema de se trabalhar em um prédio com seis décadas? Não há computadores para todos os consultórios e os prontuários são de papel, isso atrasa o atendimento. O local destinado a guardar todas as informações anotadas em papel é enorme porque há muitos pacientes e qualquer busca é muito difícil. Nem sempre encontramos prontuários extra. Atualmente o HC não é informatizado. Nosso sistema eletrônico para visualizar aos exames é digital, mas muito antigo, então não conseguimos ver uma lista de todos os exames que o paciente fez, por exemplo – temos de procurar um exame de cada vez. Para ver um exame de imagem, um raio-x, por exemplo, temos de ir até o setor de radiografia e pegar a imagem grava em CD. O que deverá mudar com a troca de edifícios? O novo prédio virá com um sistema informatizado integrado, com prontuário eletrônico que pode ser acessado de qualquer computador, bem como o histório do paciente. Tudo passará a ser por digital. Nossa expectativa é de que isso melhore bastante nossa prática. Nós tendemos a prestar um atendimento melhor, mais seguro, e mais rápido com mais informações. Apesar de ter começado a ser construído em 2002, o novo prédio será bem melhor que o atual. Qual importância o HC teve na sua formação? Foi essencial. Apesar de todos os problemas físicos e estruturais que mencionei, os recursos humanos do HC são excelentes, e esse é o principal. Os melhores profissionais de pesquisa e publicação científica estão lá; são pessoas à frente das principais sociedades de suas especialidades – pessoas que são referências internacionais. Os mesmos profissionais que você encontra nos melhores hospitais particulares de Goiânia estão atendendo pelo sistema público no HC. O que faz esse hospital ser importante para Goiás? É um hospital de atenção terciária. Lá, há a riqueza de pacientes com as mais raras e complexas patologias, que não se encontram em outro hospital. No HC um aluno de medicina pode conhecer situações de difícil manejo, comorbidades, situações avançadas de oncologia, hematologia, cirurgia. É essencial que um médico tenha contato com isso em sua formação pois garante uma formação profunda.
Mesmo após anúncio de descentralização, local ainda sofre com superlotação; edital de convocação da prefeitura não teria conseguido adesão esperada