Resultados do marcador: Retomando a aliança

[caption id="attachment_119201" align="aligncenter" width="620"] Demóstenes Torres e Ronaldo Caiado: eram amigos íntimos, se tornaram inimigos e podem voltar a compor[/caption]
Três prefeitos e alguns pré-candidatos a deputado estadual e federal articulam a reconciliação dos ex-amigos fraternais Demóstenes Torres, do PTB, e Ronaldo Caiado, pré-candidato a governador pelo DEM. O ex e o atual senadores estão rompidos desde que Caiado abandonou o aliado na chapada durante o processo de cassação e brigaram de vez quando Demóstenes publicou artigo criticando o líder ruralista, que respondeu com outro texto abaixo da linha de cintura. Os próximos a ambos acham que o tempo se encarregou de curar as feridas e querem Demóstenes de senador na chapa de Caiado.
O que tais articuladores desejam é quase uma reunião do antigo PFL, a sigla anterior do Democratas. Querem ainda o ex-deputado Vilmar Rocha, um dos principais nomes do PFL nacional, junto com Caiado e Demóstenes. Maior do que as rusgas que os separam seria o liberalismo que os une. O PTB de Demóstenes, presidido por Jovair Arantes, exige vaga na chapa da base, que estaria com seu trio de majoritários já formado: Zé Eliton para governador, Marconi Perillo e Lúcia Vânia para senador. O PSD, cujo comandante goiano é Vilmar, também não abriria mão de um nome no pódio.
Os amigos de Caiado acham o óbvio: o governo é muito maior do que briguinhas particulares.
Com explicação mais óbvia: o fim (ganhar a eleição) justificaria o meio (os três voltarem a conversar). Demóstenes e Vilmar se conheceram nos anos 1970, quando o primeiro foi aluno do segundo na Universidade Católica de Goiás. Vilmar e Caiado viviam se unhando quando estavam no PFL, mas em público mantinham no plano das ideias a briga que pegava fogo nos bastidores. Em comum, uma negativa tripla: todos sacodem a cabeça para os lados quando perguntados se foram eles que começaram a desavença.
Até agora, a turma do deixa-disso ainda não teve grandes vitórias, pois Demóstenes se apresenta como “amigo da família de José Eliton desde que era promotor no Nordeste goiano” e Vilmar sempre foi o mais fiel dos marconistas. Porém, o pessoal não desiste: já conseguiu agendar uma conversa entre Vilmar e Caiado. O próximo passo seria colocar frente a frente os ex-amigos fraternais — eles mesmos, Ronaldo e Demóstenes.
Vale lembrar a frase clássica de Getúlio Vargas: “Nunca tive um amigo que não pudesse tornar-se um inimigo ou um inimigo que não pudesse tornar-se amigo”. Segunda versão da frase: “Inimigos, não sei se os tenho. Mas se os tiver, não serão jamais tão inimigos que não possam vir a ser amigos”.
A deputada federal Flávia Morais e seu marido, o médico e ex-prefeito de Trindade George Morais, já foram aliados do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Agora, por uma questão de sobrevivência política, voltarão a aliar-se ao tucano-chefe. A líder do PDT tem afinidade com o pré-candidato a governador pelo PSB, Vanderlan Cardoso, mas este não conseguiu organizar uma chapa consistente para deputado federal. Se acompanhá-lo, Flávia sabe que não voltará para Brasília. Daí a reaproximação com Marconi. O prefeito de Trindade, Jânio Darrot, não está colocando nenhum obstáculo à aliança de Flávia e Marconi. Só não vai apoiá-la para deputada. Inicialmente, Flávia planejava aliar-se a Júnior Friboi, mas, como este abandonou seu projeto de disputar o governo pelo PMDB, migrou para o projeto tucano.