Resultados do marcador: Guerra pela prefeitura

[caption id="attachment_51619" align="alignleft" width="300"] Iris Rezende e Waldir Soares: o peemedebista-chefe e o tucano-plebe querem se apropriar do discurso de oposição contundente na capital | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O provável candidato do PT a prefeito de Goiânia — os pré-candidatos mais citados são Luis Cesar Bueno, Adriana Accorsi e Edward Madureira — terá dificuldade para apresentar suas propostas, na campanha de 2016, pois passará a maior parte do tempo sendo empurrado para defender a gestão do prefeito Paulo Garcia. Os principais pré-candidatos a gestor, com pesquisas nas mãos, sugerem que o eleitorado da capital é francamente de oposição a quem está no poder. Vez ou outra, por falta de nome consistente na oposição, vota na situação, mas é tradicionalmente oposicionista e intensamente crítico do poder.
As críticas do vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano (PMDB), a Paulo Garcia precisam ser examinadas a partir da perspectiva apontada acima. O irismo, sob recomendação de Iris Rezende, está demarcando seu espaço e explicando ao eleitorado que não tem mais a ver com a gestão de Paulo Garcia, quer dizer, está na oposição.
Por intermédio de Agenor Mariano, Iris Rezende está sugerindo que pretende manter um discurso de oposição amplo — contra o governador de Goiás, Marconi Perillo, e o prefeito Paulo Garcia. É o que chamam de “oposição total”.
Pesquisas qualitativas indicam que o eleitorado goianiense é extremamente atento, inclusive às filigranas da política. Iris Rezende, por meio de seus luas pretas, percebeu que o segundo colocado nas pesquisas — surpreendentemente, cada vez mais próximo —, o delegado-deputado Waldir Soares, logicamente orientado por um marqueteiro experimentado, que consulta pesquisas com frequência, está procurando se tornar “proprietário” do discurso de “oposição total”.
Uma das pesquisas sugere que a aproximação de Vanderlan Cardoso da base governista foi positiva para o governador Marconi Perillo — porque o reforça politicamente, com a conquista do apoio de um ex-adversário —, mas não agradou o eleitorado de Goiânia. Os eleitores da capital apreciam mais “apocalípticos” do que “integrados”.
Como o governo de Goiás não estará em jogo em 2016 — embora a disputa em Goiânia seja sempre importante para as articulações de candidatos a governador —, o que o eleitorado vai julgar mesmo são as ações do prefeito Paulo Garcia, por isso vai avaliar com rigor seu candidato, e as propostas dos candidatos. Por isso, todos os candidatos, exceto o do PT, estão armando seu discurso de oposição. O irismo deu seu recado, por intermédio de Agenor Mariano: não vai assumir a paternidade da gestão de Paulo Garcia.

[caption id="attachment_17892" align="alignleft" width="620"] Jayme Rincon, Vanderlan Cardoso, Humberto Aidar e Sandro Mabel: nomes de peso para a disputa da Prefeitura de Goiânia em 2016 | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
A dois amigos íntimos, o reservado Vanderlan Cardoso confidenciou que planeja mesmo disputar a Prefeitura de Goiânia em 2016. “Vanderlan decidiu não apoiar Marconi Perillo ou Iris Rezende para governador, no segundo turno, porque pretende ser candidato a prefeito da capital no próximo pleito”, afirma um de seus aliados.
Vanderlan raciocinou da seguinte forma: em 2016, mais uma vez, o irismo e o marconismo vão terçar forças em Goiânia. Iris, se derrotado para o governo, pode disputar a prefeitura, para tentar manter o controle do PMDB, ou pode apoiar Agenor Mariano ou Sandro Mabel. O tucano-chefe tende a bancar o presidente da Agetop, Jayme Rincon.
Permanecendo independente, Vanderlan credencia-se como um candidato forte. Pesquisas qualitativas comprovam que o líder do PSB é “pequeno para Goiás”, por não ter apoio de líderes consistentes, mas tem o “tamanho” adequado para Goiânia.
O principal adversário de Vanderlan deve ser Jayme Rincon, credenciado pela quantidade e pela qualidade das obras que executou no Estado e em Goiânia.
O PT, se quiser manter certa independência em relação ao prefeito Paulo Garcia, tende a lançar o deputado estadual Humberto Aidar, do grupo do deputado federal Rubens Otoni e do ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide. Porém, o paulo-garcismo pode endurecer e bancar Adriana Accorsi para prefeita.
O deputado federal Daniel Vilela não entende o empenho do senador eleito Ronaldo Caiado em lançá-lo para prefeito de Goiânia. Um de seus principais conselheiros contra-ataca: “Caiado é um dos melhores nomes do irismo para prefeito da capital. Iris não teria como barrá-lo, até porque teme sua língua viperina. Na verdade, assim como Caiado, Daniel quer disputar o governo de Goiás em 2018”.
O peemedebista Sandro Mabel espalha, nos bastidores, que, para apoiar Iris Rezende — inclusive comprometendo-se a pagar parte do marketing de sua campanha —, conseguiu o compromisso de que ele o “apoiará” para prefeito de Goiânia. Henrique Meirelles, Vanderlan e Júnior Friboi decerto já começaram a rir.