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“Prefeitura deve 400 milhões e Paulo Garcia não quis fazer ajustes para não prejudicar Iris Rezende”

[caption id="attachment_12083" align="alignleft" width="620"] Paulo Garcia: ex-secretário diz que é “arrogante, irônico e debochado” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção Paulo Garcia: ex-secretário diz que é "arrogante, irônico e debochado" | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption] A Prefeitura de Goiânia, na gestão do petista Paulo Garcia, tem uma dívida de 400 milhões de reais e um déficit de 30 milhões mensais. Quem é o pai e o padrasto da dívida? O Jornal Opção ouviu dois ex-secretários de Finanças do município e eles divergem a respeito da paternidade. Um frisa que a dívida foi gerada pela administração paulo-garcista. O outro sustenta que o ex-prefeito Iris Rezende é o pai de pelo menos 200 milhões da dívida e que Paulo Garcia é o padrasto de 200 milhões. “A responsabilidade deve ser dividida meio a meio.” O peemedebista-chefe contesta e garante que deixou a Prefeitura com um caixa positivo de 200 milhões de reais. A gestão de Paulo Garcia está engessada sobretudo por seu populismo no tratamento dos aumentos salariais do funcionalismo público, do qual se tornou refém. “Dos 240 milhões de reais da receita corrente [incluindo repasses federais], a Prefeitura de Goiânia gasta no mínimo 170 milhões com a folha dos servidores”, afirma um ex-secretário. Qual é a origem da dívida de quase meio bilhão de reais? “A prefeitura deve para fornecedores (por exemplo, de materiais de informática), prestadores de serviços (Ita Transportes, Tecpav e a empresa que coleta lixo hospitalar), locatários de imóveis. Também está devendo para a Celg e só de parcelamentos salariais atrasados, e exclusivamente para o pessoal da Educação, a dívida chega a 12 milhões de reais”, afirma um dos entrevistados. No lugar de concluir o Paço Municipal, Paulo Garcia prefere gastar 1 milhão de reais com aluguel. “É dinheiro jogado fora, mas é possível que se queira beneficiar algum aliado político”, sugere um ex-secretário, que avalia que o petista “não tem espírito de gestor. Ele gosta mesmo é de muita conversa e reuniões”. O ex-secretário afirma que, quando apresentava os problemas e as soluções, o prefeito sugeria conversar “outra hora”. “Ele me dizia que era preciso enrolar a população e a imprensa. Quando falassem que a cidade estava mal, era preciso contrapor e dizer que estava bem e que o governador Marconi Perillo estava ‘boicotando’ sua gestão. Quando eu disse que o problema da dívida era ‘nosso’, não havia sido criado pelo tucano, Paulo ficou irritado e afirmou. com ar de deboche: ‘Virou marconista?’. O prefeito é soberbo, irônico e não aceita críticas, nem mesmo as construtivas.” Há um receituário para recuperar a gestão da prefeitura? “Não há nenhum segredo: é preciso diminuir despesas, com urgência. Quando eu disse isto, Paulo sugeriu que aumentar o IPTU era a solução. Noutras palavras, ele quer que o goianiense pague a dívida que sua administrou criou. Sugeri também que era preciso reduzir as secretarias, não acrescentar aumentos para os servidores e cortar horas extras, incorporações, gratificações, pagamentos de quinquênios. Mas o prefeito sempre dizia: ‘Vamos esperar passar o período eleitoral’. Iris Rezende governava com 25 secretarias e Paulo aumentou para 40. É preciso gastar menos dinheiro com energia, água, telefone, combustível e aluguel. Urgente”, sugere um dos ex-secretários. Para pagar a dívida, qual é a solução imediata. “Como a prefeitura é um sorvedouro de recursos financeiros, só há uma saída: aumentar a receita com a captação de recursos, como empréstimos a longo prazo junto ao BNDES ou ao Bird”, propõe uma das fontes. Um ex-secretário que sabe tudo sobre a prefeitura afirma que queria “zerar o déficit mensal para depois discutir a dívida. Propus que se contraísse um empréstimo a longo prazo para pagar a dívida e se adotasse medidas duras de contenção de gastos, pois, assim, aos poucos a prefeitura iria se recuperando. Paulo Garcia concordou no início, mas depois achou que o remédio era muito ‘amargo’, sobretudo em ano eleitoral, e mataria o ‘paciente’. Ele dizia que não queria ‘prejudicar’ Iris Rezende. Quer dizer, priorizou Iris, mas não os interesses da cidade”. Com o Programa de Parcelamentos de Impostos (PPI), segundo uma das fontes, “a prefeitura arrecadou cerca de 40 milhões. É uma quantia razoável, mas insuficiente, dado o valor da dívida”. Paulo Garcia tem dois anos e dois meses pela frente, nesse tempo, terá condições de colocar a casa em ordem? Uma das fontes avalia que não: “Em dois anos, Paulo não vai resolver o problema, exceto, como eu disse, se contrair um empréstimo ou se conseguir algum dinheiro ‘novo’ junto ao governo federal. Só uma ajuda externa, de bancos ou do governo federal, pode contribuir para recuperar as finanças da prefeitura. Agora, se não pagar, a dívida vai crescer e, aos poucos, vai tornar a gestão de Paulo totalmente inviável. O secretário de Finanças, Jeovalter Correia, está espantando com o ‘papagaio’ que recebeu e, segundo um empresário da construção civil, está prestes a pedir o ‘boné’ para assumir um cargo noutra gestão, fora de Goiás. O que posso dizer, por conhecer Paulo, é que vai deixar a dívida ‘incubada’. Tenho dó do próximo prefeito, daquele que assumir o governo em 2017”. Quando um dos secretários assumiu, disseram-lhe que havia um caixa positivo de 20 milhões de reais. “Era tudo falso e não sei se o prefeito Paulo Garcia, que nada entende de finanças e contabilidade, tem informações precisas sobre a dívida. O que sei é que não aprecia discutir problemas reais mas adora bater-papo com os amigos e aliados. Quando eu disse que a dívida era de 400 milhões e expliquei pacientemente o significado disto, pareceu ficar ‘alarmado’, mas, depois, me disse: ‘Você é catastrofista’”. Uma das fontes afirma que a situação é tão dramática que a prefeitura não tem sequer certidão negativa junto à Receita Federal. “As certidões têm de ser batalhadas caso a caso. Mesmo que queira ajudar o prefeito Paulo, a presidente Dilma Rousseff vai esbarrar em questões legais. O que posso dizer é que Paulo está completamente ‘perdido’ e governando, se se pode dizer assim, com uma equipe de ‘amadores’ e ‘palpiteiros’. Descobri, a duras penas, que Paulo é prefeito, mas não é gestor, não tem interesse pela gestão. Parece que se diverte é fazendo política e visitando o escritório e o apartamento de Iris Rezende. O que mais me deixou assustado é que parece acreditar mais na palavra de um marqueteiro, que o acompanha como se fosse um ‘rabo’, do que nos verdadeiros gestores.” Sobre a elevação do IPTU, o ex-secretário mais comedido afirma que é importante, mas pode aumentar o índice de inadimplência. “A prefeitura quer arrecadar 300 milhões de reais por ano. Porém, como a renda do ‘contribuinte’ não aumenta, ele não terá como pagar rapidamente o imposto.”