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Bolsonaro planeja montar chapa majoritária com Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado

O ex-presidente parece ter descartado Eduardo Bolsonaro, que pode ser cassado e preso, e Michelle Bolsonaro, que ele prefere disputando mandato de senadora no Distrito Federal

Pesquisas sinalizam que Lula não está “morto” e que direita não deve centrar discurso só na economia

Assim que a direita definir seu candidato, evitando o lançamento de mais postulantes, ele pode saltar para o 1º lugar, deixando Lula bem atrás. É uma possibilidade que não deve ser tratada como certeza

Se não for vice de Daniel Vilela, Paulo do Vale deve ser candidato a deputado pelo MDB

José Mário Schreiner, que poderá puxar a direita bolsonarista dos produtores rurais para Daniel Vilela, também é cotado para vice. Assim como Adriano Rocha Lima e Pedro Sales

15 vereadores de Goiânia vão disputar mandato em 2026 para deputado federal e estadual e senador

As principais apostas são Romário Policarpo, Aava Santiago, Edward Madureira, Coronel Urzeda, Lucas Vergílio, Major Vitor Hugo e Sargento Novandir

Thialu Guiotti vai disputar mandato de deputado federal, ao lado de Bruno Peixoto, pelo Avante

O presidente do Avante aposta que o partido que dirige em Goiás vai eleger pelo menos dois deputados federais e vários deputados estaduais

Família de músicos militares torcia para o caçula se livrar de acusação que entristecia o chefe da família

Eurípedes Furtuoso morreu durante a tramitação do caso. “Ele não merecia isso”, diz Demóstenes Torres, advogado no caso

Saiba o que Wilder Morais foi conversar com Ronaldo Caiado na sexta-feira

O senador do PL foi ao Palácio das Esmeraldas acertar uma parceria para apoiar Daniel Vilela para governador em 2026? Na verdade, o assunto é outro

Economia
Bancos Centrais de Brasil e China firmam acordo de troca de moedas, indicando um processo de desdolarização do comércio internacional

Com o objetivo de fornecer mais liquidez ao mercado financeiro em momentos de necessidade, o Banco Central do Brasil (BC) e o Banco Popular da China (PBoC) irão assinar nesta terça-feira (13) um acordo de swap (troca) de moedas. O presidente do BC, Gabriel Galípolo, e sua contraparte chinesa, Pan Gongsheng, assinarão o documento em Pequim.

Conforme resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN), o valor em aberto das operações não poderá ultrapassar R$ 157 bilhões, e elas terão validade de cinco anos. O Banco Popular da China receberá reais, creditando o valor equivalente à moeda brasileira em dólares numa conta de especial de depósito aberta em seu nome no Banco Central brasileiro. O dinheiro só poderá ser movimentado conforme as determinações do acordo.

Para garantir o equilíbrio econômico-financeiro das obrigações, o BC observará as taxas de câmbio relativas às duas moedas, cobradas nos mercados cambiais nacional e internacional, assim como os juros e os prêmios de riscos das obrigações soberanas (como taxas de títulos públicos) nos mercados financeiros doméstico e global.

Iniciativas semelhantes

Em nota, o BC ressaltou que pretende firmar mais acordos do tipo com outros países. 

“Esses acordos de swap de moedas têm se tornado comuns entre os bancos centrais, especialmente desde a crise de 2007. O BC já tem conversas com outros bancos centrais para a realização de acordos semelhantes ao que será assinado com o PBoC amanhã”, informou o BC em nota.

Segundo o BC, o Banco Popular da China tem 40 acordos semelhantes de swaps de moedas com autoridades monetárias de países como Canadá, Chile, África do Sul, Japão, Reino Unido, assim como com o Banco Central Europeu.

O BC tem um acordo semelhante com o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano). Chamado de Foreign and International Monetary Authorities Repo Facility (FIMA, na sigla em inglês), esse acordo dá a possibilidade de o BC brasileiro acessar dólares americanos oferecendo operações compromissadas (títulos públicos usados para regular a quantidade de dinheiro em circulação da economia. Em troca, o BC recebe títulos do Tesouro norte-americano como contrapartidas.

Agenda 

Galípolo acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na viagem ao país asiático. Além de assinar o acordo de swap nesta terça, o presidente do BC deve participar de um seminário sobre títulos públicos internacionais da China, chamados de Panda Bonds, na quinta-feira (15).

Geopolítica
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Correspondente do jornal, Jack Nicas, alerta que tal medida pode resultar em uma "ruptura diplomática"

Novas regras
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Uma das principais mudanças acolhidas pelos deputados é a exigência do exame toxicológico para condutores das categorias A e B, mesmo que não exerçam atividades profissionais

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O deputado federal licenciado, que mora nos EUA, sugere que o candidato a presidente pela direita deve ser Jair Bolsonaro. Mas deixa seu nome disponível para a apreciação do pai

Retrocesso
Unificação das eleições: “Retrocesso e caos administrativo”, avaliam advogados eleitoralistas

Especialistas apontam sobrecarga à Justiça Eleitoral, enfraquecimento do debate democrático e apagamento das pautas municipais como principais riscos de realizar todas as eleições no mesmo ano

Negócios
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Congresso Nacional
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Caiado criticou Lula quanto ao combate às facções criminosas do Brasil e reiterou que o texto da PEC enfraquece o poder dos estados

A cegueira ideológica que cega o Brasil

Por Stéfany Fonseca

A recente troca de farpas entre os deputados goianos Bia de Lima (PT) e Amauri Ribeiro (UB) vai muito além do que parece. Não se trata apenas de uma disputa entre dois parlamentares. O episódio é mais um sintoma do adoecimento do debate público brasileiro — um duelo estéril entre direita e esquerda que já não serve mais ao interesse coletivo, mas sim a paixões cegas que transformam qualquer gesto, piada ou discurso em munição ideológica. É a incoerência elevada à institucionalidade.

A discussão ganhou os holofotes quando, em uma entrevista descontraída, a deputada Bia mencionou sua preferência por homens mais jovens, usando o termo “novinhos”. A apresentadora, em tom de brincadeira, a chamou de “papa-anjo”, e ambas riram. Até aí, uma conversa corriqueira e informal. Mas Amauri Ribeiro enxergou uma oportunidade de atacar a colega. Usou a gravação da entrevista na tribuna da Assembleia e acusou a deputada de comportamento pedófilo. Um absurdo.

Aqui, cabe uma pergunta incômoda, mas necessária: se um deputado de 60 anos dissesse publicamente que gosta de “novinhas”, alguém o acusaria de pedofilia? A resposta, infelizmente, é não. Em um país ainda profundamente patriarcal, esse tipo de fala masculina é banalizada ou até romantizada. Homens são chamados de “garanhões”; mulheres, de “imorais”. A violência política de gênero, ainda que disfarçada de indignação moral, escancarou-se nesse episódio.

Por outro lado, quando se trata da defesa de valores e da atuação parlamentar, a esquerda também falha ao recorrer a dois pesos e duas medidas. O mesmo deputado que cometeu o absurdo de tentar criminalizar uma piada de gosto duvidoso é também aquele que, recentemente, leu na Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa trechos do livro “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório. Uma obra literária indicada pelo próprio MEC, mas que vem sendo questionada por setores conservadores por conter linguagem considerada “vulgar”.

Não há nada de equivocado no direito do parlamentar de criticar o conteúdo do livro. Ele tem legitimidade para isso. A obra, aliás, é uma reflexão sobre o racismo estrutural e as marcas da violência policial na vida de um jovem negro — temas que incomodam justamente por escancarar feridas que parte do Brasil prefere ignorar.

Se o livro é considerado apropriado para a sala de aula, por que não seria também entre as paredes do parlamento estadual? O questionamento do parlamentar é pertinente e merece reflexão.

Ambos os parlamentares, no fundo, são produto de um país fraturado desde 2018, com o acirramento da polarização entre lulistas e bolsonaristas. Um Brasil que não debate mais ideias, apenas acusa, grita, cancela e idolatra. Lula e Bolsonaro se tornaram arquétipos mitológicos de um embate sem fim, onde o bom senso morreu soterrado sob os escombros da idolatria política. E os parlamentares seguem esse script à risca, reproduzindo o mesmo teatro de guerra no microcosmo do Legislativo goiano.

O problema maior, portanto, não é a fala da deputada, nem a leitura do livro pelo deputado. O problema é que ambos os lados perderam a capacidade de dialogar, de ponderar, de reconhecer erros e excessos nos próprios aliados. A política virou torcida organizada, e quem pensa diferente vira inimigo — e não adversário.

Enquanto isso, os problemas reais do país continuam sem solução. Educação, saúde, segurança pública, desigualdade social… esses temas não rendem likes, não inflam redes sociais e tampouco atiçam os extremos ideológicos. Mas são eles que importam. O resto é só espuma.

Está mais do que na hora de romper com essa lógica binária que empobrece o debate e adoece a democracia. O Brasil não precisa de soldados ideológicos, precisa de políticos com coragem para pensar com a própria cabeça — e, principalmente, com o coração voltado para o bem comum.

Bia ou Amauri?

Ambos são produtos de realidades distintas e visões de mundo inconciliáveis.

Bia, mãe solo, sindicalista, professora, mulher de origem humilde. Amauri, produtor rural, homem do interior, conservador, pai de três meninas e defensor da chamada “família tradicional brasileira”. São representantes legítimos de espectros opostos, que jamais compreenderão completamente as vivências e valores um do outro. E sempre acreditarão que sua luta é a mais justa.

Mas há algo que os une: o desejo de um Brasil melhor. Ambos querem um país sem corrupção, sem violência, sem desigualdade — um lugar onde se possa andar nas ruas sem medo, onde a fome não exista, onde a justiça social não seja uma utopia. No entanto, apesar de almejarem os mesmos resultados, os dois talvez sempre vão acreditar que estão em lados opostos da batalha.

O verdadeiro inimigo não é Lula nem Bolsonaro. É a máquina e a estrutura que, todos os dias, esmagam o povo brasileiro. Mas talvez eles ainda não estejam preparados para essa conversa.

Stéfany Fonseca é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás

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