Resultados do marcador: Bastidores
Os prefeitos de Palmas, Carlos Amastha (PP), de Araguaína, Ronaldo Dimas (PR), e de Gurupi, Laurez Moreira (PSB), apoiam Sandoval Cardoso (SD) ou Eduardo Siqueira Campos (PTB) pelo mesmo motivo. Não estão pensando no melhor para o Estado, nem em parceria para os seus municípios, mas em seus projetos políticos. Se Sandoval Cardoso for eleito em outubro, não poderá ser candidato à reeleição em 2018, o que os favorecerá no pleito naquele ano. Os três fazem planos para disputar o governo do Estado na eleição de 2018. Nem sempre a política é movida por ideal, quase sempre é por puro interesse.
O jovem Alexandre Siqueira (PSDB) está em campanha por uma cadeira na Câmara Federal, embora não admita. Ele tem sido presença constante em eventos políticos na capital, quase sempre representando o pai Siqueira Campos ou o irmão Eduardo Siqueira. Alex, pela postura simples e discurso bem articulado, já está sendo considerado o novo herdeiro político do ex-governador. Tem chances de se eleger.
A senadora Kátia Abreu (PMDB), que tem direito a disputar a reeleição para o Senado, ainda é o nome mais cotado, mas a disputa não será fácil. O ex-governadores Siqueira Campos e Carlos Henrique Gaguim, o ex-prefeito de Palmas Raul Filho e o senador João Costa (PR) também estão no páreo. Há quem diga que será uma disputa mais acirrada que a do Palácio Araguaia. Disputa dramática, seria o termo mais adequado.
Pelo quadro do momento esta seria a lista mais provável de candidatos ao governo com chance de chegar à convenção e seguir em frente. Ex-governador Marcelo Miranda (PMDB), ex-secretário de Relações Institucionais Eduardo Siqueira Campos (PTB), governador Sandoval Cardoso (SDD), deputado Marcelo Lelis (PV), ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão (PT), senador Ataídes Oliveira (Pros), empresário Roberto Pires (PP), senador Vicentinho Alves e o procurador da República Mário Lúcio Avelar (PPS). Fora daí é só especulação.
[caption id="attachment_3232" align="alignleft" width="620"] Prefeito Carlos Amastha: o alvo é a eleição estadual daqui a 4 anos / Foto: Portal Gilda Bomfim[/caption]
Informações de bastidores dão conta de acordo reciprocidade entre senador Vicentinho Alves (SD) e o empresário Roberto Pires (PP). Quem estiver melhor colocado nas pesquisas de intenção de voto recebe o apoio do outro. Não é possível saber se Pires está se aproximando do governo ou se, ao contrário, é Vicentinho Alves que está se aproximando da oposição. O certo é que ambos estarão juntos nas eleições. Vicentinho estaria insatisfeito com acordo do governo para promover Sandoval Cardoso. Roberto Pires não estaria nada satisfeito com a postura do prefeito de Palmas, Carlos Amastha, que demonstra alinhamento ao Palácio Araguaia. Pode ser a consolidação da terceira via.
O presidente do PP, deputado Lázaro Botelho, desautorizou o prefeito de Palmas a falar em nome da terceira via, do qual é coordenador. Botelho disse que Amastha fala em seu nome e não em nome do movimento político denominado de terceira via, que se caracteriza como uma força de oposição e, portanto, não apoia candidatos governistas. Esta não é a primeira vez que Amastha é desautorizado a falar em nome da terceira via, da qual ele é um dos idealizadores. O motivo foi o mesmo: declarações favoráveis ao governo.

[caption id="attachment_2499" align="alignleft" width="620"] Hidrovia Tocantins: prioridade do governo federal? / José Wilson/Ascom[/caption]
A senadora Kátia Abreu (PMDB) garante que o tema hidrovia integra a lista de prioridades do governo da presidente Dilma Rousseff, que ela acredita que vai ser reeleita e, portanto, terá tempo suficiente para realizar as obras necessárias para viabilizar este modal de transporte que tem inúmeras vantagens, menor preço, menor impacto ambiental e não precisa de manutenção. Kátia, que trouxe a Palmas o ministro dos Transportes, César Borges, diz que se sente realizada com a decisão do governo federal de implantar a hidrovia Tocantins, a primeira de uma série que está em estudo no país.
O prefeito Carlos Amastha (PP) reuniu artistas, jornalistas e os ex-prefeitos Fenelon Barbosa, Odir Rocha e Nilmar Ruiz para apresentar a programação das comemorações dos 25 anos de Palmas. O prefeito criou até o um conselho consultivo a ser composto por 25 personalidades, incluindo os ex-prefeitos, para organizar as festividades que têm início no dia 13 de maio com a realização de uma sessão especial na Câmara Federal, e se estende até maio de 2015. Com o slogan Novos Desafios, Novas Metas, o prefeito pretende aproveitar as comemorações para divulgar as suas realizações.
O ex-governador Marcelo Miranda é radicalmente contra a participação do PMDB nas eleições indiretas. Segundo ele, é um esforço injustificável que só serve para legitimar o candidato governista. Para o peemedebista o grande desafio da oposição é a eleição de 5 de outubro, na qual ele considera que tem chances reais de derrotar o governo e iniciar a retomada do desenvolvimento do Estado.
O Tocantins possui peculiaridades difíceis de explicar. Aqui, dizem que vice não tem aspiração de suceder o titular. Senão o que explica a renúncia do vice-governador João Oliveira, que simplesmente entregou o cargo para, segundo ele, ajudar a viabilizar o projeto político do ex-governador. Foi o que ele disse ao entregar a carta-renúncia.
Nenhum deputado confirma, mas cresce os comentários de insatisfação de parlamentares da base com o governo. Os adesistas são os mais arrependidos. Seguramente não estão recebendo o que foi prometido pelo governo. Há comentários também de atritos entre o governador internino Sandoval Cardoso e o seu mentor Eduardo Siqueira. Especulação à parte, próximo de uma eleição como esta em que os deputados passam a ser tratados como donos do poder, não é difícil imaginar o que se passa nos bastidores.
O deputado Marcelo Lelis (PV) interrompeu temporariamente a agenda de encontros políticos que vinha mantendo pelo interior como pré-candidato ao governo. O deputado deixou as ruas para cuidar de outra eleição, a indireta, que será comandada pelo Parlamento na qual também é pré-candidato. Ele acredita que é possível costurar acordo para levar um nome da oposição a disputar em pé de igualdade com o candidato governista.
A eleição é indireta, o mandato de apenas oito meses e o governo um presente de grego. E mesmo assim não para surgir candidatos à eleição indireta que vai escolher o próximo governador do Tocantins para um mandato de oito meses. Já são 11 os candidatos, conforme elaborada pelos deputados. Constam da lista os deputados José Augusto Pugliesi (PMDB), Marcelo Lelis (PV) e Irajá Abreu (PSD); Sargento Aragão (Pros); os servidores públicos Nuir Júnior (PMN) e Luciano Coelho (PMDB), o ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão (PT); o senador Ataídes Oliveira (Pros), o empresário Benedito de Faria, Dito do Posto (PMDB), o governador interino Sandoval Cardoso (SDD) e o ex-secretário de Relações Institucionais Eduardo Siqueira Campos (PTB).
O governador interino Sandoval Cardoso (SDD) ainda nem completou 30 dias no cargo e já está se saindo pior que o ex-governador Siqueira Campos. O governador revogou por decreto a transparência das diárias, o que se supõe atende a interesses eleitoreiros já que se trata de período eleitoral. A denúncia é do jornalista Luiz Armando Costa em seu blog. Armando diz que a oposição envolvida com a eleição indireta não tem cumprido a função de fiscalizar o governo em medidas que representam retrocesso administrativo.
A eleição de Sandoval Cardoso na eleição indireta pode encorajar o ex-governador Siqueira Campos a voltar aos palanques. Agora talvez como candidato ao Senado ao lado do filho, candidato ao governo. Será a revanche de 2006 contra Marcelo Miranda e Kátia Abreu. Naquela eleição Kátia e Marcelo venceram os Siqueiras, derrubando o mito da invencibilidade do velho líder.