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Goiana se solidariza com muçulmanas e usa véu islâmico durante o mês do Ramadã

Pamela Zafred já concedeu entrevista para jornais mundo afora e diz que sofre preconceito por ter decidido cobrir o cabelo [caption id="attachment_127232" align="alignleft" width="620"] Segundo Pamela Zafred, circulam muitas informações falsas sobre muçulmanos | Foto: Fábio Costa/Jornal Opção[/caption] A goiana Pamela Zafred, de 19 anos, está participando do desafio "30 days hijab challenge", que convida mulheres de todas as religiões a usarem o véu islâmico durante o mês sagrado do Ramadã como forma demonstrar solidariedade às muçulmanas que sofrem discriminação por cobrirem o cabelo. "Tenho uma essência naturalmente ativista e me envolvo com qualquer tipo de injustiça para querer ajudar. Com a questão dos refugiados, comecei a perceber o preconceito sofrido por praticantes da fé islâmica, principalmente as mulheres", explica Pamela ao Jornal Opção. [relacionadas artigos="127182"] Segundo ela, circulam muitas informações falsas sobre muçulmanos, como a suposta opressão das mulheres e a eventual ligação com o terrorismo.  "Vi o desafio como oportunidade de trazer para a nossa sociedade um pouco de conhecimento sobre o assunto, gerando questionamento nas pessoas", diz. Agnóstica, Pamela rechaça a ideia de que o véu seja opressor. Para a goiana, não se pode definir uma só religião como machista, pois a misoginia também está presente em outras crenças. De acordo com ela, é algo que depende da interpretação de cada um. "Defendo o direito das mulheres que escolhem cobrir o cabelo. É verdade que há quem seja obrigada, mas eu não defendo isso. Defender uma coisa não significa ser a favor da outra", pontua. Preconceito Pamela lembra duas situações em que sofreu preconceito simplesmente por usar véu. Uma vez, na academia, ninguém quis fazer dupla com a goiana durante uma atividade chamada "aulão" — nem sequer conversaram com ela. Outra vez, passando em frente a uma igreja, escutou a seguinte frase: "Meu Deus, ela tem que sair daqui e voltar para o país dela". "Todo dia escuto uma piada e noto olhares com medo ou pena. Na maioria dos lugares, sou tratada como extraterrestre, mas acho bom quando perguntam porque é uma chance de poder explicar. O mais importante é o respeito entre as pessoas",  afirma. Repercussão A iniciativa de Pamela repercutiu em jornais mundo afora, como Al Jazeera, do Catar, NowThisHer — plataforma feminista do site NowThis News —, dos Estados Unidos, e Special Broadcasting Service (SBS), da Austrália. Mesmo já tendo concedido diversas entrevistas, Pamela conta que sua família não apoia o seu ativismo. "São pessoas instruídas, mas, na cabeça deles, acham que estou sendo recrutada pelo Estado Islâmico."