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Em entrevista ao Jornal Opção, Antônio Chavaglia, presidente e um dos fundadores da cooperativa Comigo, destacou que, embora a produtividade no agro tenha crescido significativamente nas últimas décadas, os lucros dos produtores não acompanharam o ritmo.

“Na época, produzia-se 20 sacos de soja por hectare. Hoje, produz até 100. Só que não está ganhando dinheiro. Com 20 sacos você ganhava”, explicou Chavaglia. Segundo ele, o aumento nos custos de insumos, o preço elevado de máquinas e a alta taxa de juros — a Selic está em 15%, mas os bancos cobram mais de 20% em financiamentos — têm corroído a rentabilidade dos agricultores.

O presidente da Comigo ressalta que, apesar de o setor contar com tecnologia avançada, os produtores enfrentam dificuldades para manter seus negócios. Muitos, especialmente arrendatários, enfrentam margens apertadas e dificuldade em acessar crédito, o que ameaça a continuidade de suas atividades agrícolas.

Chavaglia enfatiza que a cooperativa mantém sua estabilidade financeira, mas os associados, que dependem da renda da produção, sentem o peso desses custos e da volatilidade do mercado. “Hoje você evoluiu na produção, mas sobra menos lucro”, concluiu.

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