Agronegócio deve ser o setor mais impactado pelo tarifaço

06 agosto 2025 às 08h30

COMPARTILHAR
As chamadas “tarifas recíprocas”, de 50%, promovidas pelo governo dos Estados Unidos da América (EUA) sobre produtos importados do Brasil começam a valer nesta quarta-feira, 6. As taxas incidem sobre produtos do agronegócios, como carne e café, além de produtos industrializados, como o aço brasileiro.
Dentro disso, o Agro brasileiro deve ser o principal setor da economia do Brasil que vai ser impacto pela medida, uma vez que grande parte das exportações brasileiras aos EUA são em base de commodities. Dos produtos mais afetados, há destaque para o café brasileiro, que exporta para o país norte-americano em abundância, correspondendo a um dos maiores destinos do grão.
Apesar disso, apenas um item do agro entrou na lista de isenções na medida do presidente Donald Trump, o suco de laranja, que compõe, com o café e o aço, o topo das exportações do Brasil para os EUA.
As exportações de café para o EUA nos primeiros seis meses de 2025 foram no valor de US$ 1.295.027.099, com o envio de 181.510.443 quilos da commodity. Por outro lado, no ano inteiro de 2024, este número chegou em US$ 1.901.486.351 com a exportação de 471.497.274 quilos do produto. Em razão disso, a China articulou uma alternativa da exportação do café brasileiro para o mercado asiático quando autorizou 183 empresas enviarem o produto.
Ainda não se sabe o impacto real da medida, e a mesma deve ser analisada nos próximos dias, contudo, o Brasil permanece com a tarifa mais alta entre as nações afetadas pelo tarifaço, ao passo que a China e União Europeia fizeram acordos para a diminuição das taxas. Anteriormente, os EUA demonstraram interesse na mineração das terras-raras brasileiras em conversa com os diretores do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), contudo, o grupo argumentou que qualquer tratativa deve ser feita com o governo federal.
Leia também: Projeto que trata das terras raras deve incentivar exploração do minério e industrialização em Goiás
Tarifaço sobre parte de exportações brasileiras entra em vigor hoje