Nesta terça-feira, 12, o Ministério Público de São Paulo abriu denuncia contra dois jornalistas: Arthur Rodrigues (da Folha e São Paulo) e Joaquim de Carvalho (do Brasil 247). Eles são acusados por conta de matérias feitas sobre o tiroteio que aconteceu durante a campanha eleitoral de Tarcisio Freitas, em São Paulo, em 2022.

O promotor eleitoral Fabiano Augusto Petean acusa os jornalistas de terem cometido um crime previsto no Código Eleitoral, por terem divulgado matérias durante período eleitoral com a intenção de “influenciar na campanha eleitoral de forma negativa do então candidato”.

O artigo 323 do Código Eleitoral, pelo qual os jornalistas foram denunciados, trata do delito de “divulgar, na propaganda eleitoral ou durante período de campanha eleitoral, fatos que sabe inverídicos em relação a partidos ou a candidatos e capazes de exercer influência perante o eleitorado”.

De acordo com o MPSP, a acusação é embasada em conteúdos inverídicos de ambos . Entretanto, na denúncia, Petean confunde qual jornalista está vinculado em qual veículo e apenas na matéria do Brasil 247 consta o trecho apontado como incorreto. Mesmo assim a acusação é atribuída a ambos jornalistas.

Relembre o caso

No dia 17 de outubro de 2022, segunda-feira, a inauguração de um novo polo universitário estava marcada para as 10h da manhã, em Paraisópolis, uma favela da zona sul de São Paulo.

Ás 11h30, um tiroteio começou na rua, alguns repórteres conseguiram vídeos e imagens desses momentos. Na ocasião, a agenda foi interrompida por um confronto da Polícia Militar com criminosos, que deixou um homem morto, Felipe da Silva Lima, de 28 anos.

Petean pediu pelo arquivamento do inquérito contra o atual governador de São Paulo ainda no mês de dezembro. Na ocasião, ele já havia se pronunciado, pedindo que o o repórter Artur Rodrigues, da Folha de São Paulo, fosse investigado.

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