Militares investigaram alienígenas por 70 anos no Brasil; saiba como foi feito o trabalho
30 outubro 2024 às 18h47
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Há mais de 70 anos militares estudam alienígenas no Brasil. A questão intriga a Aeronáutica e é baseada em diversos relatos de brasileiros que afirmam ter avistado extraterrestres durante mais de sete décadas no país. A informação é da Folha de S.Paulo.
Um testemunho, de 1º de outubro de 1968, foi feito por um guarda noturno que alegou ter avistado três alienígenas à noite. O homem afirmou ter partido para uma luta corporal contra os seres e, não apenas apanhou, mas como foi ofendido por eles. “Vá embora, seu vagabundo”, diz um dos ETs, antes de partir em uma nave azul clara.
O relato não foi o primeiro e dificilmente será o último. Entre outros relatos, pessoas alegam ter visto criaturas misteriosas, discos voadores e luzes no céu oficialmente. As experiências foram recolhidas pelo Sistema de Investigação de Objetos Aéreos Não Identificados (Sioani), que foi criado pela Força Aérea para investigar aparições no céu.
O sistema existiu entre 1969 e 1972, deixando um amplo rastro de documentos qe ficaram preservados no Arquivo Nacional. Os documentos datados de 1952 até a atualidade foram obtidos e analisados pelo jornal Folha de S.Paulo.
O conjuntos de imagens, conversas entre pilotos, histórias de ETs hostis e relatos de pessoas, não prova a existência de seres de outros planetas. Eles falam mais do planeta Terra do que de qualquer outro planeta. Os documentos não trazer um panorama histórico sobre como os militares —e a sociedade— encararam esse assunto.
Entre os casos mencionados nos documentos é de 1956 e conta o relato de um advogado que afirmou ter sido abduzido por ETs que saíram do mar (eles vestiam macacão verde e falavam por telepatia).
O interesse militar na questão é justificado por conta da Guerra Fria, que por muito tempo ocorreu em torno da corrida espacial. No começo, não se associava os objetos misteriosos no céu à ideia de vida alienígena.
“Na década de 1950, os discos eram associados aos grandes inventos tecnológicos, na possibilidade de serem oriundos de algum experimento militar secreto”, afirmou o pesquisador João Francisco Schramm, doutor pela UNB, à Folha de S.Paulo. “Mas rapidamente a hipótese extraterrestre se consolidou no imaginário brasileiro”, continua.
A Força Aérea estava preocupada, à época, tanto com a soberania nacional quanto pelo risco eminente no espaço aéreo. Boletins produzidos pela Sioani estão entre os documentos mais valiosos e revelavam a esperança, entre seus integrantes, de recrutar estudantes para essa rede de informações.
“Temos certeza de que há um fenômeno que deve ser estudado, (…) que deve ser tratado com austeridade”, diz um boletim. Documentos afirmam a tentativa de deixar os relatos em segredo para não afetar a credibilidade da Força Aérea Brasileira.
“Há uma confusão em acreditar que os óvnis são, basicamente, aeronaves extraterrestres. O que levaria a acreditar que os militares acreditam em extraterrestres. Mas um óvni é apenas um objeto desconhecido que frustrou todas as tentativas de identificação”, diz Schramm.
Um dos pontos vitais da situação foi a criação da Operação Prato, que rende debates entre ufólogos. A coleção é dedicada os OVNIs tem várias histórias que os militares levantaram lá — pelo menos 130 delas—, inclusive com mapas dos avistamentos. O documento mais detalhado do assunto, no entanto, é o dossiê secreto no arquivo do Serviço Nacional de Informações, o poderoso aparato de espionagem da ditadura militar.
Segundo SNI, militares do 1º Comando Aéreo Regional foram enviados à cidade de Colares (PA), onde seria o local mais afetado por avistamentos. “Nesta cidade, à noite, a população fazia procissão, acendia fogueira e soltava foguetes, com o intuito de afugentar, o que chamavam de ‘bicho'”.
Novas levas de documentos são redigidas até o dias atuais. Segundo o Arquivo Nacional, os documentos mais recentes, por exemplo, são de 2023.