Durante o XII Fórum de Lisboa, o governador Ronaldo Caiado defendeu que “nenhum país tem uma agricultura mais sustentável que o Brasil”. O governador garantiu aos consumidores globais a origem e a qualidade dos alimentos brasileiros, destacando a competitividade e o respeito ao meio ambiente do agronegócio nacional. Ele foi o principal palestrante do painel “Agronegócio na Economia Global”, que lotou o anfiteatro da Faculdade de Lisboa.

Caiado criticou a União Europeia por tentar definir parâmetros de sustentabilidade, argumentando que o continente europeu praticamente não possui florestas nativas, apenas áreas replantadas. “A agropecuária brasileira ocupa apenas 10% do território nacional e temos o código florestal mais restritivo do mundo”, afirmou. O governador destacou que o Brasil tem competência própria para definir o que é sustentabilidade, com 58,5% de florestas nativas, o equivalente a 495 milhões de hectares.

Caiado também abordou os desafios enfrentados pelas exportações brasileiras devido às altas taxas protecionistas praticadas por outros países, qualificando-as como “verdadeiros bloqueios tarifários”. Ele reivindicou mais subsídios governamentais para o setor agrícola, semelhantes aos existentes na Europa, para que os produtores rurais tenham mais garantias ao investir no aumento da produção. “O Brasil tem direito a um seguro agrícola. Para o produtor, absorver o risco sozinho é muito difícil”, ressaltou.

O painel foi moderado pela ex-senadora Kátia Abreu e contou com a participação do diretor-presidente da Infra S.A., Jorge Bastos; do CEO da Enforce Gestão de Ativos e do BTG Pactual, Otávio Carneiro; e do fundador do Grupo Ecoagro, Moacir Ferreira Teixeira.

XII Fórum de Lisboa

O Fórum de Lisboa é um encontro anual que reúne acadêmicos, gestores, especialistas, autoridades e representantes da sociedade civil do Brasil e da Europa. O evento discute o impacto da globalização nas relações entre Estados, instituições, empresas e povos. Este ano, o tema central é “Avanços e recuos da globalização e as novas fronteiras: transformações jurídicas, políticas, econômicas, socioambientais e digitais”.

O evento é organizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), pelo Lisbon Public Law Research Centre (LPL) da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e pelo Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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