Bastidores
Reportagem especial (de capa) da “CartaCapital” explora o que chama de “a misteriosa ascensão do Friboi”.
Acredita-se que a família de Joesley Batista será o novo Orelhudo, Daniel Dantas, da revista dirigida por Mino Carta. Na tradição de que jornais e revistas precisam de um sparring, de preferência envolvido em grandes negócios, a “CartaCapital” pode ter escolhido a JBS para alvo-mor.
Na opinião de um petista de Goiânia, o prefeito de Anápolis está mais interessado em viabilizar sua administração do que em eleger Antônio Gomide. João Gomes estaria de olho na sua reeleição, por isso quer ser bem sucedido como prefeito.
O petista comenta: “O prefeito Paulo Garcia não fica elogiando o governador Marconi Perillo. Mas João Gomes disse, e isto será utilizado na campanha, que Marconi foi o melhor governador para Anápolis”.
O candidato do PMDB a governador deve ser Iris Rezende. É o nome mais forte e que quer, de fato, disputar. Mas há quem insista que Samuel Belchior, por ser jovem, o novo e dinâmico, deveria ser o postulante. Iris, afirmam, deveria disputar mandato de senador.
A um aliado, dos mais íntimos, Iris frisa que não teria mais paciência de ser senador.
Por incrível que pareça, ainda há quem acredite que o governador Marconi Perillo (PSDB) vai bancar seu vice, José Eliton (PP), para governador.
O prefeito de Anápolis, João Gomes, do PT, pensa o oposto: “Conheço Marconi como a palma de minha mão. Ele vai disputar o governo de Goiás”.
O desembargador aposentado Marco Lemos, que trabalhou no Jornal Opção como jornalista (do primeiro time), postou no Facebook: “Em Goiás, 1971, Leonino Caiado substituía Otávio Lage. Na posse, discursou um deputado, que saudou os novos tempos. ‘Finalmente, chegou a hora da transição. Em Goiás, a crisálida vai se metamorfosear em linda borboleta, completando o ciclo de evolução’.
“Durante o coquetel, o orador foi cumprimentar o governador que saía, mas Otávio Lage recusou-lhe a mão: ‘Ao senhor, não dou a mão. O sr. me chamou de coró’.
“Em tempo, o orador era Osmar Cabral, lendo um discurso ‘ghost-writerizado’ por Thirso Corrêa Rosa.”
Comentário de um político de Anápolis: “Alexandre Baldy disse a políticos anapolinos que vai torrar 25 milhões de reais na campanha para deputado federal”. Um tucano não se conteve e quase gritou: “É o nosso Friboi!”
O deputado federal Pedro Chaves (PMDB) diz que tem compromissos com suas bases eleitorais e, por isso, será candidato à reeleição.
Pedro Chaves poderá obter o apoio de Marcelo Melo, de Luziânia, que pode desistir de disputar mandato de deputado federal.
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O pré-candidato a presidente da República pelo PSDB, Aécio Neves, está trabalhando para conquistar o apoio dos partidos nanicos. Nesta semana, quatro partidos pequenos fecharam com o senador mineiro — PMN, PTdoB, PTC e PTN. Em Goiás, o PTN estava a prestes a fechar aliança com o PMDB, notadamente com Júnior Friboi. No entanto, com a renúncia do empresário, o PTN ainda não definiu um rumo. Há um grupo que prefere manter a composição com o PMDB. Mas há outro grupo que aposta numa aliança com o PSB de Vanderlan Cardoso. O presidente do PTN em Goiás, Francisco Gedda, é amigo do ex-governador de Goiás Alcides Rodrigues, do PSB. Alcides vai tentar levar o PTN de Gedda para a campanha do líder do PSB. Porém o apoio de Gedda vai depender certamente de uma conversa com Júnior Friboi, que é seu principal aliado hoje. A tendência é que Gedda apoie aquele candidato a governador que for apoiado por Friboi. A cúpula nacional do PTN não vai exigir apoio verticalizado no país. Assim, Gedda estará livre para alianças locais. Mas, dependendo das conversas entre Aécio e o governador Marconi Perillo, o partido poderá seguir o tucano-chefe em Goiás? Não se sabe. Gedda, embora seja aliado de Alcides e, sobretudo, de Friboi, não percebe Marconi como “inimigo” político. No máximo, o trata como adversário.
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Um peemedebista conta que o empresário Júnior Friboi ouviu de Iris Rezende pelo menos duas vezes perguntas sobre se as empresas da família não tinham algum problema com o Fisco de Goiás. Isto bem antes de a reportagem sair em “O Popular”. O objetivo da matéria teria sido detonar a candidatura de Friboi. O veterano peemedebista sabia, percebe hoje Friboi e sua família, sobre a história da sonegação bilionária do grupo JBS. O dossiê teria chegado às mãos de Iris por meio de um marqueteiro ligado a Vanderlan Cardoso. “Ele visitava Iris quase toda semana”, afirma um friboizista.
Os prefeitos que apoiam Júnior Friboi (quase ex-PMDB) estavam indecisos na segunda-feira, 2. Porém, depois de uma conversa com o empresário, tomaram quatro decisões. Um grupo vai apoiar o candidato do PMDB a governador, mesmo que seja Iris Rezende, devido às divergências locais em seus municípios. Não teriam como apoiar o empresário Vanderlan Cardoso (PSB), o ex-prefeito de Anápolis Antônio Gomide (PT) e o governador Marconi Perillo (PSDB). Mas o empenho será menor do que se o candidato fosse Friboi. O segundo grupo vai apoiar Marconi. Aliás, vários prefeitos do PMDB vão subir no palanque do tucano não devido à crise provocada pelo afastamento de Friboi. Eles consideram que, como gestor, o tucano tem sido republicano e tem contribuído para o desenvolvimento de seus municípios. E, claro, apostam que o tucano-chefe será reeleito. O terceiro grupo deve seguir o candidato Vanderlan Cardoso. Prefeitos do PSB ou que foram filiados ao PSB podem apoiá-lo. Quantos? Um ou dois, possivelmente. Mas entre os aliados de Friboi há uma irritação crescente contra Vanderlan, porque avalia-se que um de seus aliados, Jorcelino Braga, passou para Iris Rezende as informações sobre a sonegação fiscal do grupo JBS em Goiás. O quarto grupo deve ficar com o candidato do PT, Antônio Gomide. Pode não ser um grupo pequeno. O prefeito de Porangatu, Eronildo Valadares (PMDB) está indeciso entre apoiar Marconi e Gomide. Ele pode apoiar até Vanderlan. O prefeito de Guapó, Luiz Juvêncio, tende a apoiar Vanderlan Cardoso ou, até, Antônio Gomide. Vale ressaltar que não apenas prefeitos do PMDB seguem Friboi. Prefeitos de outros partidos, como PROS e PSB, apoiam o empresário, em larga medida, devido à ajuda financeira na campanha de 2012.
O que há de comum entre o empresário Júnior Friboi e o político Iris Rezende? Duas coisas, ao menos. Primeiro, os dois querem ser o candidato a governador de Goiás pelo PMDB. No caso, Iris levou a melhor. Segundo, quando contrariados, vão para a fazenda. Friboi, em Posse. Iris, em Guapó ou no Xingu.