Se Marina Silva chegou como presidenciável e atropelou a reeleição com a perspectiva de vitória marineira no segundo turno, como é que ela não transferiu votos para Eduardo Campos, o presidenciável do PSB que morreu no dia 13 na queda do avião, enquanto ele esteve vivo? Ela não era a candidata a vice-presidente da chapa?
Cinco dias antes do acidente, a pesquisa do Ibope atribuiu a Campos 9% da preferência dos eleitores – na rodada anterior, eram 8%. A reeleição da presidente Dilma sofria sustos, mas liderava com 38%. A cotação do tucano Aécio Neves subia penosamente e chegava a 23%.
Aí, veio o furacão Marina (PSB/Rede) e agora ostenta a preferência de 29%, mais de três vezes o índice final de Campos. Reduz Dilma a 34 pontos e rebaixa Aécio a 19 – igualitariamente, cada um deles perdeu quatro pontos. Não se fale do Pastor Everaldo (PSC), que perdeu dois terços de seus eleitores depois do vendaval.
Não bastava a Marina ser candidata a vice de Campos para transferir votos ao companheiro. Era necessária a comoção social depois da queda do avião. Veio o abalo e a figura de Marina ressurgiu na mente popular como a viúva e herdeira de Campos. O povo despertou e recordou-se de Marina, a quem conheceu e tornou a terceira mais votada na sucessão presidencial de 2010.
Agora, é esperar o tempo passar apara verificar se Marina é um fenômeno passageiro ou veio para ficar com toda a força que lhe promete a vitória no segundo turno. A favor da consolidação de sua posição, a candidata oferece a perspectiva de poder que atrai eleitores, apoio político em outros partidos e financiadores de campanha. Tudo aquilo que Aécio tende a perder.
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